Audiência do caso Flordelis no fórum de Niterói, em dezembroEstefan Radovicz / Agencia O Dia
Por O Dia
Publicado 24/02/2021 12:47
Rio - A deputada federal Flordelis (PSD) foi hospitalizada, por volta das 19h30 desta terça-feira, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, por "excesso de medicação". De acordo com a assessoria da parlamentar, ela deu entrada na emergência do Hospital Niterói Dor em Icaraí, sendo encaminhada para o Centro de Tratamento Intensivo (CTI).
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A filha biológica de Flordelis, Simone dos Santos Rodrigues, confessou ter jogado os celulares da mãe, do irmão Flávio dos Santos e do pastor Anderson do Carmo no mar da praia de Piratininga, na Região Oceânica de Niterói. Simone é ré no processo que investiga a morte de seu padrasto. Ela é acusada de ajudar a envenenar o líder religioso.
Ela ainda disse que planejou a morte do padrasto por conta das investidas sexuais por parte dele. Simone confessou que deu R$ 5 mil para que a irmã Marzy a ajudasse. “Eu disse: Marzy me ajuda, estou passando por maus momentos. Eu não tinha um plano, estava desesperada. Depois que fiquei doente, ele ia no meu quarto. Sei que ela ia dar o dinheiro pro Lucas, mas depois que dei o dinheiro não sei o que houve”, contou.
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Simone disse à juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói, que flagrou o padrasto se masturbando em seu quarto, ao lado da cama que ela dormia.
A decisão do TJ do Rio, que passará pelo plenário da Câmara dos Deputados para decidir se será mantida, é para que a parlamentar fique afastada de qualquer função pública até seu julgamento em processo. Flordelis é acusada de ser mandante morte do marido, o pastor Anderson do Carmo, assassinado em junho de 2019.
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Além do relator do processo na 2ª Câmara Criminal, desembargador Celso Ferreira Filho, votaram a favor do afastamento da parlamentar o desembargador Antonio José Ferreira de Carvalho e a desembargadora Kátia Maria Amaral Jangutta.

"Inicialmente é de se assinalar ser irrefutável que a condição de parlamentar federal que ostenta, no momento, a ora recorrida, lhe proporciona uma situação vantajosa em relação aos demais corréus da ação penal originária. Tanto assim, que não foi ela levada ao cárcere. Inquestionável, também, que o poder político, administrativo e econômico da ora recorrida lhe assegura a utilização dos mais diversos meios, a fim de fazer prevalecer a sua tese defensiva", afirmou Celso Ferreira Filho ao iniciar seu voto.
O desembargador afirmou que as ações da deputada citadas nos autos do processo podem significar interferência na apuração da verdade dos fatos.

“Veja-se que nas redes sociais há evidências de diálogos indicativos do poder de intimidação e de persuasão que a ora recorrida exerce sobre testemunhas e corréus. Igualmente, não há dúvidas de que, pela função que exerce, possui ela meios e modos de acessar informações e sistemas, diante dos relacionamentos que mantém em virtude da função parlamentar”, completou.
Além do afastamento do cargo, Flordelis e mais 10 acusados, entre filhos naturais e adotivos, aguardam a decisão da 3ª Vara Criminal de Niterói para saber se irão a júri popular.
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Confira a nota da assessoria de Flordelis na íntegra:

O artigo quinto da Constituição Brasileira, garante a todos os cidadãos e cidadãs o legítimo direito a ampla defesa, respeitar a Constituição é um dever de todos e todas que se consideram democráticos e patrióticos.

A Deputada Flordelis vem sofrendo um linchamento público, antes mesmo do fim da primeira fase do processo que investiga a morte de seu marido, o Pastor Anderson do Carmo, ela vem sendo condenada e humilhada perante a opinião pública, sem nenhum direito de defesa.

Flordelis é inocente, nenhuma prova foi revelada contra ela e na última audiência suas filhas além de assumirem a autoria do crime também negaram a participação ou ciência da Deputada. Porém, a despeito dos fatos, convicções estão sentenciando o destino de uma mulher integra, honesta, de origem periférica e que tem sua história pautada na defesa da vida.

Ontem (23/2/2021), por volta das 19h30 a Deputada deu entrada na emergência do Hospital Niterói Dor em Icaraí, sendo encaminhada para o CTI onde se encontra até o momento.

A internação se deu pelo o excesso de medicação tomada após a injusta decisão do pedido de seu afastamento do mandato de Deputada Federal, com a justificativa que atrapalharia as investigações, que pasmem, encerraram em sua primeira fase, não cabendo, portanto, nenhuma possibilidade de utilização de seu cargo para prejudicar o processo.

A expectativa de familiares e amigos é que a Deputada possa estar restabelecida e fora do CTI em breve e que tenha o seu amplo e irrestrito direito de defesa garantido, como prevê a lei.
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