Publicado 18/03/2021 17:52
Rio - O pai de Henry Borel, morto com apenas 4 anos, na madrugada do último dia 8, pretende contratar um perito para analisar o laudo de necropsia. A Polícia Civil também deve pedir detalhes aos técnicos do Instituto Médico-Legal. A intenção é entender melhor a causa da morte do menino. A informação foi dada pela defesa de Lienel Borel, pai da criança. Leonardo Barreto esteve na 16ª DP (Barra) na tarde desta quinta-feira para ter acesso ao inquérito, que, segundo ele tem cerca de 80 páginas.
Leonardo disse que ouviu do policial que lhe atendeu que em seu depoimento, que durou cerca de oito horas, a mãe do menino, Monique Medeiros da Costa Almeida, disse que Lienel lhe entregou o menino no domingo (7) em perfeito estado e o classificou o ex-companheiro como bom pai. Questionado sobre a relação do menino com o padrasto, o vereador Dr. Jairinho (Solidariedade), Barreto disse que "o menino não se adaptou muito ao padrasto mas nada que possa incriminá-lo".
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O advogado também informou que a casa do casal foi alvo de perícia, mas quando os técnicos chegaram o imóvel já havia sido arrumado.
O pai busca entender o que aconteceu com o filho. "Ele foi informado de que a criança estava com parada respiratória e quando viu aquele laudo repleto de crueldade ficou bastante nervoso e abalado. Nossa função como advogado não é buscar incriminar A ou B, é saber porque aquele menino bonito foi entregue em perfeito estado e o laudo trouxe elementos tão chocantes. Queremos saber o que aconteceu", afirmou Barreto.
A mãe do menino, Monique Medeiros da Costa Almeida, e o namorado, o vereador do Rio Dr. Jairinho (Solidariedade), passaram cerca de 12 horas prestando depoimento na 16ª DP (Barra da Tijuca) na quarta-feira (17).
Henry foi levado pela mãe e pelo padrasto ao hospital Barra D'or na madrugada do dia 8 de março. O casal dizia que o menino apresentava dificuldades para respirar, quando o levaram à unidade. O laudo de exame de necropsia, no entanto, aponta que Henry sofreu diversas lesões, como hematomas, equimoses, edemas e contusões.
No último domingo que o pai o devolveu à mãe, no dia 7, o menino vomitou ao chegar na residência. "Ele vomitava quando ficava nervoso", disse o advogado do pai ao DIA.
Os pais se separaram há cinco meses. Passados três, Mônica começou o namoro com o vereador Dr. Jairinho. O menino passava os finais de semana com o pai, que trabalha em Macaé.
Imagens de câmeras de segurança dos locais em que Henry e Lienel estiveram no domingo estão sendo analisadas e apontam que o menino aparentava estar bem. Pai e filho estiveram em um parque de diversão no Shopping Nova América, na Zona Norte do Rio.
Segundo a defesa do pai, Henry não relatava incômodo com a mãe mas se queixava do padrasto, apesar de não haver indícios de que tenha sofrido agressões anteriores. "Ele dizia que não gostava (de Dr. Jairinho). Não relatava agressões ou abusos. Dizia que ele (o padrasto) o apertava de uma maneira que não gostava, nada além disso", comentou a defesa.
Henry morreu às 5h42 e seu corpo foi removido para o Instituto Médico-Legal (IML) no Centro.
Procurado, Dr. Jairinho disse que só se manifestará por meio do advogado, que ainda não retornou à reportagem. O mesmo advogado também atende à mãe da criança.
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