Publicado 19/03/2021 15:53 | Atualizado 19/03/2021 20:17
Rio - Após a perícia constatar que o bebê de Pâmella Ferreira, arrancado no ventre materno aos 8 meses, morreu por asfixia, investigações da 123ª DP (Macaé) querem descobrir se o crime tratou-se de homicídio doloso (com intenção de matar) ou um aborto. Em conversa com o DIA com exclusividade, o delegado titular Marcio Caldas, da distrital, explicou a apuração.
"Ficou essa dúvida. Será que a autora matou dolosamente a criança ou será que foi broncoaspiração [do líquido amniótico]? Já que a criança foi retirado do útero materno e não houve aquele tratamento que geralmente dá à criança, como aspirar o resto da placenta e desobstruir as vias respiratórias, aí deixa se ser um homicídio e vira um aborto. Mas o laudo vai definir", esclareceu o delegado.
Além disso, o delegado a distrital também apura a possibilidade da suspeita ter agido com a ajuda de um cúmplice. "A gente não descarta essa possibilidade", revelou Caldas.
O caso
Pâmella foi encontrada morta no banheiro de casa, com golpes de arma branca espalhados pelo corpo. Ela estava grávida de 8 meses e teve seu bebê arrancado durante o ataque. O homicídio aconteceu na última quarta-feira (17) na comunidade de Nova Holanda, em Macaé, interior do Rio.
Um laudo preliminar feito pelo Instituto Médico Legal (IML) de Macaé, divulgado nesta quinta-feira (18), mostrou que Pâmella Ferreira Andrade Martins, de 21 anos, morreu devido a uma perfuração no coração. Já o bebê, que ainda estava na barriga dela, morreu de asfixia com o líquido amniótico, segundo a perícia.
O IML apontou também que ela teria sofrido dois cortes no rosto, dois no abdômen e vários golpes na região torácica, um deles resultou na perfuração cardíaca. Em seguida, a barriga da gestante foi cortada para a retirada do bebê. O laudo ainda levanta a possibilidade dos ferimento terem sido causados por um estilete ou canivete.
Durante as investigações, a Polícia encontrou um estilete na bolsa da mulher suspeita de cometer o crime. Ela, identificada como Priscila Torquato, de 22 anos, foi transferida na tarde desta quinta-feira para o Presídio Feminino Nilza da Silva Santos, em Campos dos Goytacazes.
Os corpos de Pâmella Ferreira Andrade Martins e do bebê foram enterrados na manhã desta sexta-feira (19) no Cemitério Bosque das Acácias, em Macaé, no interior do Rio.
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