Pâmela Ferreira Andrade Martins e o filho Ítalo foram mortos de maneira cruel.
Pâmela Ferreira Andrade Martins e o filho Ítalo foram mortos de maneira cruel. Foto: Reprodução/Internet.
Por Macaé

MACAÉ - O laudo preliminar do exame de necropsia da gestante Pâmela Ferreira Andrade Martins, de 22 anos, que foi morta e teve o bebê retirado da barriga, nesta quarta-feira (17), em Macaé, apontou que a causa da morte como uma hemorragia torácica por perfuração cardíaca por golpes sofridos no coração. A arma branca utilizada para praticar o crime, pode ter sido um estilete encontrado na bolsa da suspeita, conforme a Polícia Técnica.
Já o bebê, que chegou morto à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Barra de Macaé, morreu por asfixia. Segundo o exame de necropsia, a criança viveu por poucos segundos e faleceu após broncoaspirar líquido amniótico. Por ter nascido vivo, o bebê precisou ser registrado, para que o Instituto Médico Legal (IML) de Macaé pudesse atestar o óbito. O nome escolhido pela tia e a avó foi Ítalo Martins Manhães.
O laudo deverá ser disponibilizado à 123ª Delegacia Policial (123ª DP) que investiga o caso, dentro de 10 dias.
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A suspeita de matar mãe e filho, Priscilla Torquato da Silva, de 21 anos, foi transferida para Presídio Feminino Nilza da Silva Santos, em Campos dos Goytacazes, na tarde desta quinta-feira (18), após passar por exames no IML de Macaé. Por alguns instantes, a família de Pâmela e a suspeita de praticar o crime ficaram juntas no mesmo ambiente. Os corpos de mãe e filho foram liberados na tarde desta quinta-feira e o velório está acontecendo na Rua 1, na Nova Holanda. Os sepultamentos estão marcados para ocorrer nesta sexta-feira (19), em Carapebus, município vizinho à Macaé.
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O crime

Na tarde desta quarta-feira (17), a Polícia Militar (PM) foi acionada para verificar a morte de uma mulher dentro de sua casa, na comunidade Nova Holanda, em Macaé. No local, encontraram o corpo de Pâmela no banheiro. Pouco depois, a equipe da UPA da Barra de Macaé também acionou a PM para informar o óbito do bebê de Pâmela. Eles informaram que Priscila havia dado entrada na unidade de saúde afirmando que havia parido a criança em casa, mas verificou que o bebê estava morto e correu para buscar ajuda.
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Ela foi encaminhada para o Hospital Público Municipal (HPM), onde fez exames para constatar a suposta gravidez. Os exames deram negativo, o que segundo a equipe médica, apontou que Priscila não esteve grávida há pelo menos três meses. Militares do Serviço Reservado foram até o HPM e prenderam Priscila, a conduzindo para a 123ª DP como responsável pela morte da mãe e da criança.

Segundo a equipe que atendeu Priscila, ela alegou ter tido um parto domiciliar às 3h30. Um funcionário que não quis se identificar, contou que a versão contada pela mulher, levantou suspeitas sobre o suposto parto.
Para a equipe do HPM, Priscila afirmou que começou a sentir dor evoluindo para um parto normal. Disse também que ela mesma cortou o cordão umbilical, retirou a placenta, enrolou o bebê em uma manta e foi tomar banho para se limpar, deixando o bebê em cima da cama.
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Ela ainda afirmou que ao sair do banho viu que a criança não estava mais chorando e pensou que ele tivesse morrido. Foi então que a suspeita saiu correndo de casa e acabou caindo da escada, segundo sua versão. “Ela não tinha escoriações pelo corpo, o que não sustenta a versão da queda. Acreditamos que ela inventou que caiu, para justificar o trauma e a morte do bebê. Ela chegou falando coisas desconexas, que não se encaixavam na história”, disse o funcionário.

Suspeita alega que “encomendou” o bebê 

Na delegacia, Priscila sustentou uma versão diferente. Em depoimento, ela afirmou que havia "encomendado" a criança, mas não sabia que a mãe seria morta. De acordo com o delegado titular da 123ª DP, Márcio Caldas, Priscila disse que uma intermediária pegaria a criança, que conhecia Pâmela há um tempo e que havia estudado com a vítima. A suspeita estava com uma bolsa de maternidade onde agentes da Polícia Civil encontraram um estilete, cola, um cartão sujo de sangue e as chaves da casa de Pâmela. Os policiais seguiram até a casa da vítima onde constataram que as chaves abriam o cadeado do portão e a porta da residência. Há ainda indícios de que Priscila teria dormido na casa da vítima na noite anterior ao crime. As hipóteses estão sendo investigadas pela polícia.

Vítima e suspeita se conheceram pela internet

Muito abalada, Martha Ferreira Andrade, mãe de Pâmela, contou no IML que a filha havia conhecido Priscila pela internet há pouco tempo. “Elas se conheceram pela internet, começaram a falar pelo WhatsApp e a Priscila começou a frequentar a casa da Pâmela. Ela já estava armando o crime, tentou fazer isso com outras meninas, mas minha filha foi inocente e acreditou nela”, disse.
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Marido de Pâmela ainda não sabe da morte de mãe e filho

O marido de Pâmela e pai de Ítalo ainda não sabe da morte da esposa e do filho. Dimmy Cliffer Gomes Manhães está preso e cumpre pena em um presídio de Campos dos Goytacazes. Segundo a Civil, ele foi capturado por roubo em Rio das Ostras em 2018 e chegou a ser solto, voltando a ser preso em setembro de 2020 por tráfico de drogas em Macaé.
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