Adriano da NóbregaReprodução
Por O Dia
Publicado 27/03/2021 13:03 | Atualizado 27/03/2021 13:42
Rio - As investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) apontam que o ex-capitão da Polícia Militar Adriano da Nóbrega era dono de pontos de máquinas caça-níquel pela cidade do Rio e o dinheiro obtido era revertido para investimentos em terras, gado e cavalos. As informações foram reveladas pelo portal G1. Ele também tinha envolvimento com assassinatos, agiotagem e negócios juntos à milícia de Rio das Pedras e da Muzema, na Zona Oeste do Rio. 
O ex-capitão da PM foi morto em um confronto com a polícia da Bahia no dia 9 de fevereiro de 2020, na cidade de Esplanada, na Bahia, onde o ex-capitão mantinha um esconderijo. Contra Adriano, que estava foragido, havia um mandado de prisão expedido em janeiro de 2019. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP) da Bahia, quando os policiais tentaram cumprir o mandado, ele resistiu com disparos e acabou ferido.
Publicidade
Uma das irmãs de Adriano, Tatiana viajou para a cidade de Lagoinhas, na Bahia, para reconhecer o corpo, que estava no Instituto Medico Legal (IML) local.
Dois dias depois que ele foi morto, no dia 11, Tatiana conversou com uma outra irmã do miliciano, Daniela, e contou que Adriano não iria se se entregar. A conversa das duas irmãs foi interceptada com autorização da Justiça e a informação é do portal G1.
Publicidade
Além disso, durante o bate papo, Tatiana revelou que o irmão era 'bicheiro', e negou sua participação na milícia.
"Não era miliciano, mas sim bicheiro", revelou.
Publicidade
'Bicheiro'
Adriano da Nóbrega também já foi chefe de segurança de José Luiz de Barros Lopes, o Zé Personal, morto em 2011, e da mulher dele, Shanna Garcia,  filha de Waldomiro Paes Garcia, o Maninho. Por conta disso, o Ministério Público estadual também abriu investigações contra o ex-capitão. 
Publicidade
De acordo com as investigações, quando Zé Personal foi morto, Adriano já administrava máquinas de caça-níquel pela cidade. Ainda segundo o MP, o dinheiro recebido pela contravenção justifica a vida com padrão elevado que Adriano possuía.

'Escritório do crime'

Adriano também era apontado como o chefe do 'Escritório do Crime', é formado por policiais e ex-policiais milicianos contratados para matar. O grupo chegou a ser apontado como executor da vereadora Marielle Franco.
O grupo é investigado por 13 assassinatos desde 2009.
Publicidade
Viúva é acusada de lavar dinheiro do ex-capitão do Bope
O Ministério Público do Rio deflagrou, na segunda-feira (22), a Operação Gárgula, com o objetivo de prender uma organização criminosa, na qual dois policiais militares estão entre os investigados, sob a acusação de lavar dinheiro de Adriano.
Publicidade
Ao todo, três mandados de prisão e 27 de busca e apreensão foram expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada da Capital. Nove pessoas foram denunciadas. Entre os alvos com mandados de prisão expedido está Julia Emilia Mello Lotufo, viúva do ex-policial, que é considerada foragida.
Outro alvo da operação, que deveria ser preso, era o 2º sargento PM Luiz Carlos Felipe Martins, de 50 anos, conhecido pelo apelido de 'Orelha'. O policial, que era amigo de Adriano da Nóbrega, foi morto no fim de semana ao sofrer um ataque a tiros na porta de casa, em Realengo, na Zona Oeste do Rio.
Publicidade
Uma mulher também foi detida. Carla Chaves Fontan está entre os denunciados no documento do Ministério Público. Na casa dela foram apreendidos R$ 75 mil em dinheiro. Ela não soube explicar a procedência do valor encontrado em seu imóvel.
Publicidade
A Justiça do Rio determinou o sequestro do Haras Fazenda Modelo, automóveis e bloqueio de bens de R$ 8,4 milhões, correspondentes ao valor mínimo constatado em movimentações pelos criminosos.
Leia mais