Marcus Vinícius foi agredido em condomínio de luxo na Barra da TijucaDivulgação
Por Anderson Justino e Karen Rodrigues*
Publicado 30/03/2021 16:10
Rio - O motoboy agredido por porteiros de um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, na noite desta segunda-feira (29), convocou os colegas de profissão para uma manifestação, nesta terça-feira, em frente ao prédio localizado na Avenida Lúcio Costa. Marcus Vinícius Gomes Corrêa, de 31 anos, trabalha como motoboy em tempo integral para realizar o sonho de se formar como piloto de avião e foi vítima de agressões por sair pela área social do prédio, permitida apenas para os moradores.
“Fui agredido pelos porteiros. Meu crime: sai pela entrada social. Como é um prédio redondo, redondo não tem lado. Quando eu saí pela entrada social, o porteiro veio me empurrando me agredindo verbalmente, dizendo que eu não poderia sair por ali”, relatou, em vídeo.
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Vinícius contou que o porteiro o empurrou e pegou um porrete para bater nele, mas ele conseguiu revidar e pegar o objeto da mão do funcionário do prédio.
“Daqui a pouco vieram quatro porteiros me agredir, cinco se juntaram com um morador que se diz policial e começaram a me agredir. Estou cheio de dor aqui, chutaram meu rosto, me deram paulada no braço, estou mancando, meu tornozelo está inchado, minha coluna está doendo”.
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Apesar de expor o caso de violência e convocar uma manifestação contra o condomínio de luxo, o motoboy disse que ainda está assustado e sem poder trabalhar. Vinícius trabalha como motoboy em dois lugares para pagar os altos custos do curso de aviação, já que seu sonho é ser piloto de avião.
“Trabalho de 10h às 17h em um trabalho e depois em outro de 19h às 1h da madrugada em outro, vou para casa e durmo, já acordo vindo para o meu outro trabalho. Estudo nesse meio tempo de um trabalho para outro, no meu horário de almoço também e nas minhas folgas”.
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O morador de Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio, disse que ele mesmo decidiu fazer o vídeo para expor as agressões, mas tem medo de um dia ter que retornar ao mesmo condomínio e sofrer preconceito e de que outros porteiros criem problemas com ele.
O advogado Bernardo Villas Boas, que representa o condomínio Torre Ernest Hemingway, disse, em nota, que o condomínio está apurando os fatos e colaborando com a polícia. Segundo o advogado, o funcionário agredido está hospitalizado e que todos estão preocupados com o estado de saúde dele.
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O caso foi registrado na 16ª DP (Barra da Tijuca). A polícia vai ouvir testemunhas e convocar os funcionários e o morador envolvido na briga para depor. O vídeo gravado por ele no momento das agressões já estão sob posse da Polícia Civil. Imagens do circuito de segurança do condomínio serão analisadas.
*Estagiária sob supervisão de Yuri Hernandes
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