Publicado 04/04/2021 16:31 | Atualizado 04/04/2021 19:52
Rio - O Sindicato dos Professores do município do Rio (Sinpro-Rio) criticou o decreto da prefeitura que autoriza a retomada às aulas presenciais, a partir desta segunda-feira (5), mesmo com a vacinação dos profissionais da área estando prevista para os dias 26 a 29 de maio. A decisão foi publicada no dia 1º de abril.
“Constata-se que estão considerando quem trabalha em escolas, quem estuda e familiares como cobaias para a covid-19. O que leva o Executivo Municipal a manter as escolas abertas, com aulas presenciais, no momento em que aumentam assustadoramente os casos de mortes pela covid-19?”, questionou a diretoria do Sindicato em uma publicação nas redes sociais.
O Sinpro-Rio disse ainda que os professores nunca se recusaram a trabalhar de forma remota. A nota informa também que o Sindicato já realizou uma greve de 100 dias contra as aulas presenciais e pretende continuar “lutando, ao lado da Ciência, contra o descaso, o menosprezo dedicados pelos Executivos Municipal, Estadual e Federal, à vida de milhões de brasileiros e brasileiras”.
Em um vídeo publicado no canal do Sindicato no YouTube, o diretor jurídico do Sinpro, Elson Paiva, mostra um mapa de risco epidemiológico de covid-19, do último dia 1º, em que todo o estado está nas fases vermelha e roxa, que representam risco alto e muito alto, respectivamente.
Segundo ele, nessas condições as escolas já não deveriam estar funcionando. O diretor ainda acusa o comitê científico de dar aval para o aumento do número de alunos nas salas de aula. Ele explica que na fase laranja a ocupação era de 35%, mas agora, mesmo em fases mais críticas, a ocupação pode aumentar para 50%.
“Não dá para entender quem está querendo preservar a vida da população”, lamenta Paiva, que pediu a manutenção da modalidade remota de ensino. “Nesse momento, as escolas fechadas representam as vidas preservadas. Manutenção das atividades remotas. Elas preservaram vidas no ano de 2020 e vão continuar preservando no ano de 2021”.
Em nota, a prefeitura do Rio disse que autorizou que as escolas da cidade, incluindo as particulares, retomem suas atividades a partir da próxima segunda-feira, com base nas avaliações do Comitê Científico, mas que as unidades da rede municipal vão reabrir apenas administrativamente e na terça-feira, serão retomadas as aulas presenciais nas 419 escolas que já estavam recebendo alunos antes da pausa emergencial. “Importante reforçar que o retorno não é obrigatório”, diz a nota.
Ainda segundo a prefeitura “as aulas presenciais na Rede Municipal de Educação são realizadas com o cumprimento de todos os protocolos sanitários indicados pelo Comitê de Enfrentamento da COVID, formado por especialistas e pesquisadores da área científica e saúde.”
A nota ainda continua dizendo que “de forma preventiva, todos os alunos e profissionais de Educação convivem em espaço com o uso de máscaras, distanciamento, disponibilidade de álcool em gel, escalonamento de horários entre as turmas, entre outras medidas protetivas” e que “os alunos terão à disposição conteúdo educativo por diversas plataformas de ensino ao longo de todos os dias.”
A prefeitura reforçou também que todos os estudantes, independentemente de retorno às aulas presenciais, já participam do ensino remoto por meio do Rioeduca em Casa, Rioeduca na TV, Material Rioeduca e demais recursos.
Neste sábado (3), o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (SEPE) informou que vai permanecer em greve até que os trabalhadores da área estejam imunizados e hajam condições sanitárias seguras para que as aulas retornem presencialmente.
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