Escolas estaduais seguem fechadas por conta da pandemia da covid-19. Matrículas para o ano letivo de 2021 foram abertas
Escolas estaduais seguem fechadas por conta da pandemia da covid-19. Matrículas para o ano letivo de 2021 foram abertasReginaldo Pimenta / Agência O Dia
Por Jenifer Alves
Rio - O Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (SEPE) informou que vai permanecer em greve até que os trabalhadores da área estejam imunizados e hajam condições sanitárias seguras para que as aulas retornem presencialmente. Neste sábado, o Governador Cláudio Castro informou que há um estudo em andamento para que as escolas reabram com 40% da capacidade, no entanto, não deu detalhes de como funcionaria esse sistema.
O Sepe informou que é contra a volta às aulas presenciais neste momento por conta do alto índice de contaminações em todo o Estado do Rio. O sindicato emitiu uma nota destacando que as escolas não têm estruturas ou orçamento para adaptações significativas como distribuição de máscara e álcool em gel, ventilação nas salas de aula, garantia de distanciamento, banheiros, limpeza e sanitização suficientes. Além disso,  alunos, pais e professores, dependem do transporte público durante o deslocamento para as unidades, o que o sindicato considera um fator de alto risco para novas contaminações.
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"Acreditamos que ainda não é hora. Continuamos em greve pela vida. Achamos que é preciso reduzir os índices de contaminação, internação (nosso sistema está em colapso) e vacinar", disse.
A Prefeitura do Rio de Janeiro divulgou um novo calendário de vacinação em conjunto com as cidades de Maricá, Niterói e Itaguaí. De acordo com as medidas anunciadas, os profissionais da educação do município ou do estado, dentro dos grupos prioritário de até 45 anos seriam vacinados até 29 de maio. No entanto, o Prefeito do Rio, Eduardo Paes, disse que as escolas já poderão abrir a partir desta segunda-feira (07). O Sindicato dos Professores destacou que todos os profissionais da educação convocados a retornar às escolas devem receber as duas doses da vacina antes de voltarem às unidades.
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"O Sepe defende uma proposta de vacinação dos profissionais da educação que considere o cronograma de convocação para o trabalho nas escolas. Isso significa dizer que as escolas que os governos municipais e estadual optem por abrir, obviamente considerando critérios técnicos e transparentes, devem vacinar esses profissionais, com duas doses, antes do retorno ao trabalho", destacou.
Confira anota do Sepe na íntegra
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O SEPE/RJ continua firme no seu entendimento de que o retorno às escolas no atual cenário de descontrole da Pandemia é um risco a saúde dos profissionais da educação. A histórica falta de estrutura das escolas, a falta de orçamento específico para adaptações significativas para escolas em tempos de pandemia e equipamentos básicos como máscara e álcool gel ampliam o fator risco, pois reproduzem uma escola sem ventilação, sem distanciamento garantido, sem banheiros suficientes e limpeza e sanitização insuficientes. Isso sem contar o deslocamento, que diante da estrutura do transporte do rio de Janeiro é um fator de alto risco.
Por outro lado, o SEPE/RJ defende a centralidade da escola no ensino aprendizagem na educação básica e reitera as preocupações dos especialistas com o prejuízo pedagógico gerado pelas escolas fechadas. Em especial tratando da educação pública a desigualdade gerada frente a privada também preocupa o sindicato, histórica associação defensora da educação pública, gratuita e de qualidade.
Nesse sentido o SEPE/RJ não vê outra saída que não a vacinação em massa dos profissionais da educação para que ocorra um retorno seguro e que nenhum profissional faleça ou incorra em sequelas geradas após contrair o vírus. Essa vacinação, é preciso reforçar, deve considerar todos os profissionais que atuam nas escolas e não somente professores.
A política de vacinação em massa, por óbvio, deve partir de pressupostos.
O primeiro deles é a manutenção da vacinação dos grupos que figuram como prioridades ou por serem idosos, por trabalhares na linha de frente ou por ter comorbidades.
O segundo pressuposto é que o SEPE/RJ defende a vacinação dos profissionais da educação, mas repudia o fura fila, aos moldes do que ocorreu com empresários em Minas Gerais. Por isso o SEPE/RJ defende total rigor na lista de profissionais da educação aptos a receber a vacina.
Essa politica de total controle sobre os vacinados atenderia a preocupação dos órgaõs fiscalizatórios como o MP, que defendem regras claras em relação a aplicação da vacina.
Diante disso o SEPE/RJ defende uma proposta de vacinação dos profissionais da educação que considere o cronograma de convocação para o trabalho nas escolas. Isso significa dizer que as escolas que os governos municipais e estadual optem por abrir, obviamente considerando critérios técnicos e transparentes, devem vacinar esses profissionais, com duas doses, antes do retorno ao trabalho.
Tal medida serviria de ponto de intercessão entre dois direitos fundamentais: o direito a educação para os estudantes e o direito a saúde para profissionais da educação e para os próprios estudantes.
Em sendo assim operacionalizada, aos poucos e de maneira segura, as escolas poderiam começar a abrir e atender os casos mais urgentes que são as terminalidade e as classes de alfabetização.
Evidente que os profissionais já injustamente convocados seriam já os primeiros a receber a dose da vacina.