O SEPE/RJ continua firme no seu entendimento de que o retorno às escolas no atual cenário de descontrole da Pandemia é um risco a saúde dos profissionais da educação. A histórica falta de estrutura das escolas, a falta de orçamento específico para adaptações significativas para escolas em tempos de pandemia e equipamentos básicos como máscara e álcool gel ampliam o fator risco, pois reproduzem uma escola sem ventilação, sem distanciamento garantido, sem banheiros suficientes e limpeza e sanitização insuficientes. Isso sem contar o deslocamento, que diante da estrutura do transporte do rio de Janeiro é um fator de alto risco.
Por outro lado, o SEPE/RJ defende a centralidade da escola no ensino aprendizagem na educação básica e reitera as preocupações dos especialistas com o prejuízo pedagógico gerado pelas escolas fechadas. Em especial tratando da educação pública a desigualdade gerada frente a privada também preocupa o sindicato, histórica associação defensora da educação pública, gratuita e de qualidade.
Nesse sentido o SEPE/RJ não vê outra saída que não a vacinação em massa dos profissionais da educação para que ocorra um retorno seguro e que nenhum profissional faleça ou incorra em sequelas geradas após contrair o vírus. Essa vacinação, é preciso reforçar, deve considerar todos os profissionais que atuam nas escolas e não somente professores.
A política de vacinação em massa, por óbvio, deve partir de pressupostos.
O primeiro deles é a manutenção da vacinação dos grupos que figuram como prioridades ou por serem idosos, por trabalhares na linha de frente ou por ter comorbidades.
O segundo pressuposto é que o SEPE/RJ defende a vacinação dos profissionais da educação, mas repudia o fura fila, aos moldes do que ocorreu com empresários em Minas Gerais. Por isso o SEPE/RJ defende total rigor na lista de profissionais da educação aptos a receber a vacina.
Essa politica de total controle sobre os vacinados atenderia a preocupação dos órgaõs fiscalizatórios como o MP, que defendem regras claras em relação a aplicação da vacina.
Diante disso o SEPE/RJ defende uma proposta de vacinação dos profissionais da educação que considere o cronograma de convocação para o trabalho nas escolas. Isso significa dizer que as escolas que os governos municipais e estadual optem por abrir, obviamente considerando critérios técnicos e transparentes, devem vacinar esses profissionais, com duas doses, antes do retorno ao trabalho.
Tal medida serviria de ponto de intercessão entre dois direitos fundamentais: o direito a educação para os estudantes e o direito a saúde para profissionais da educação e para os próprios estudantes.
Em sendo assim operacionalizada, aos poucos e de maneira segura, as escolas poderiam começar a abrir e atender os casos mais urgentes que são as terminalidade e as classes de alfabetização.
Evidente que os profissionais já injustamente convocados seriam já os primeiros a receber a dose da vacina.
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