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'Batom na cueca': ex-secretário de Saúde disse ter avisado a Witzel sobre risco de requalificar OS

Edmar é interrogado nesta quarta (07) pelo Tribunal Especial Misto como delator em processo de impeachment do governador afastado Wilson Witzel

Edmar Santos chega a tribunal escondido por lençol; depoimento será atrás de biomboReprodução / TV Globo
Por Yuri Eiras
Publicado 07/04/2021 13:21
Rio - O ex-secretário estadual de Saúde, Edmar Santos, relatou em depoimento que foi avisado pelo governador Wilson Witzel que iria, "na canetada", requalificar a Unir Saúde, organização social comandada por Mario Peixoto e investigada por fraudes em contratos com a Saúde. Os dois são investigados por irregularidades em contratações de OSs com a Unir Saúde e a Iabas.

Edmar é interrogado nesta quarta (07) pelo Tribunal Especial Misto. Na chegada, ele foi coberto com um lençol e depõe sob uma espécie de biombo para não ser gravado pela imprensa. Edmar é interrogado pelo próprio Witzel.
por determinação do ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a imprensa não poderá acompanhar o interrogatório, sob a justificativa de "proteção de sua imagem". Apenas a gravação de instrução do processo será permitida. Edmar chegou ao tribunal  escondido em um lenço vermelho.
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"O senhor me comunicou na varanda de seu gabinete que iria, de canetada, requalificar a Unir Saúde. Eu afirmei de forma veemente que isso era batom na sua cueca. Eu tirei a Unir justamente porque era corrupta. A qualificação e requalificação dependiam da Secretaria de Saúde. O senhor queria até restituir os contratos já perdidos pela Unir. Pelo menos nessa parte o senhor me ouviu e não restituiu", afirmou Edmar, diretamente a Witzel.

"Pedi apoio para fazer uma auditoria nos contratos das Organizações Sociais. Quando isso estava pronto a vir a tona, há uma solicitação para que não se tivesse um desgaste político. Há mudanças e a Controladoria Geral do Estado põe panos quentes".
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Edmar Santos acusou todas as Organizações Sociais de ilicitudes
Durante o depoimento, Edmar Santos afirmou ainda que todas as Organizações Sociais do estado atuam de forma ilícita.

"Todas as OSs, todas, são comprometidas. Não existe nenhuma OS no estado que trabalhe de forma lícita", disse.
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Em determinados momentos do interrogatório, Witzel tentou refutar comentários de Edmar, mas foi interrompido pelo presidente do Tribunal, desembargador Henrique Figueira.
Em seguida, Witzel perguntou a Edmar se conhecia Mario Peixoto, responsável pela Unir Saúde. O ex-secretário respondeu que o encontrou uma única vez, a pedido justamente de Witzel.

"Nunca tive relação com Mario Peixoto, nem com a Unir. Minha tentativa foi de expurgar essa OS da Saúde do estado. Tive com Peixoto uma vez, a seu pedido, governador, num jantar. O tema principal da conversa dele foi de não desqualificar a Unir. Quase não falou de outro assunto".
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Edmar é interrogado nesta quarta (07) pelo Tribunal Especial Misto como delator em processo de impeachment do governador afastado Wilson Witzel

Edmar Santos chega a tribunal escondido por lençol; depoimento será atrás de biomboReprodução / TV Globo
Por Yuri Eiras
Publicado 07/04/2021 13:21
Rio - O ex-secretário estadual de Saúde, Edmar Santos, relatou em depoimento que foi avisado pelo governador Wilson Witzel que iria, "na canetada", requalificar a Unir Saúde, organização social comandada por Mario Peixoto e investigada por fraudes em contratos com a Saúde. Os dois são investigados por irregularidades em contratações de OSs com a Unir Saúde e a Iabas.

Edmar é interrogado nesta quarta (07) pelo Tribunal Especial Misto. Na chegada, ele foi coberto com um lençol e depõe sob uma espécie de biombo para não ser gravado pela imprensa. Edmar é interrogado pelo próprio Witzel.
por determinação do ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a imprensa não poderá acompanhar o interrogatório, sob a justificativa de "proteção de sua imagem". Apenas a gravação de instrução do processo será permitida. Edmar chegou ao tribunal  escondido em um lenço vermelho.
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"O senhor me comunicou na varanda de seu gabinete que iria, de canetada, requalificar a Unir Saúde. Eu afirmei de forma veemente que isso era batom na sua cueca. Eu tirei a Unir justamente porque era corrupta. A qualificação e requalificação dependiam da Secretaria de Saúde. O senhor queria até restituir os contratos já perdidos pela Unir. Pelo menos nessa parte o senhor me ouviu e não restituiu", afirmou Edmar, diretamente a Witzel.

"Pedi apoio para fazer uma auditoria nos contratos das Organizações Sociais. Quando isso estava pronto a vir a tona, há uma solicitação para que não se tivesse um desgaste político. Há mudanças e a Controladoria Geral do Estado põe panos quentes".
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"Todas as OSs, todas, são comprometidas. Não existe nenhuma OS no estado que trabalhe de forma lícita", disse.
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Em determinados momentos do interrogatório, Witzel tentou refutar comentários de Edmar, mas foi interrompido pelo presidente do Tribunal, desembargador Henrique Figueira.
Em seguida, Witzel perguntou a Edmar se conhecia Mario Peixoto, responsável pela Unir Saúde. O ex-secretário respondeu que o encontrou uma única vez, a pedido justamente de Witzel.

"Nunca tive relação com Mario Peixoto, nem com a Unir. Minha tentativa foi de expurgar essa OS da Saúde do estado. Tive com Peixoto uma vez, a seu pedido, governador, num jantar. O tema principal da conversa dele foi de não desqualificar a Unir. Quase não falou de outro assunto".
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