Publicado 24/04/2021 06:00
Uma nova ferramenta usada por assaltantes de instituições bancárias tem chamado atenção de investigadores da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF). Se antes as explosões a banco e caixas eletrônicos eram realizados com dinamite, agora também são cometidos com o uso de lança térmica, um objeto que custa cerca de R$ 5 mil e é usado em navios para cortar concreto e aço.
De acordo com o delegado titular da DRF, Gustavo Castro, para usar o equipamento, o criminoso precisa ter grande conhecimento de mecânica e explosivos, pois a lança pode alcançar 1000ºC de temperatura, aproximadamente. Um dos especialistas dessas quadrilhas de assalto a banco, que manuseava a ferramenta para abrir caixas, era André Marques Gullo, conhecido como Rosca ou Jiboia, preso na segunda-feira.
"Essas quadrilhas sempre buscam ter integrantes com mão de obra especializada, gente que mexa com mecânica, explosivos, com corte de materiais como metal e ferro. Manusear a lança térmica é uma habilidade que requer uma especialização metalúrgica. Ela parece uma lança mesmo, uma espada que acende e fica numa temperatura altíssima e derrete concreto, que nem manteiga, corta tudo", explicou o delegado.
Castro ainda conta que, atualmente, as organizações criminosas mais profissionais têm evitado usar os explosivos.
"Explodir, hoje, chama muita atenção, faz muito barulho, danifica muito a loja e a maioria dos caixas eletrônicos já são mais reforçados para não abrir com explosão", disse.
Além de ter a habilidade para usar a lança térmica, Rosca também sabe montar explosivos e é mecânico e piloto de lancha, meio de transporte utilizado pelas quadrilhas para fuga, em algumas ocasiões.
"Quem entende desse meandro de ataques a banco sabe que ele é um cara bem importante, bem relevante. Vai buscar explosivo, mexe com o explosivo, roscas de boia, são coisas que indicam que ele é um cara bem especializado. Ele é quem sabe a abrir um caixa eletrônico e exerce a principal função no roubo, além de pilotar e ser mecânico de lanchas", explicou o delegado.
Segundo a especializada, a média mensal de sinistros de caixas eletrônicos diminuiu no Estado do Rio. No ano passado, a especializada contabilizou 59 casos, incluindo tentativas frustradas, o que significa uma média de 4,91 crimes por mês. Já este ano, até o quinta-feira, foram registrados 11 sinistros, média mensal de 2,75.
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Média de ataques a caixas eletrônicos diminuiu
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