Ketelen Vitória, de seis anos, morreu no último sábado em ResendeYuri Eiras
Por Yuri Eiras
Publicado 25/04/2021 15:05
Rio - Roger da Rocha, pai da menina Ketelen Vitória, aponta omissão da mãe da criança, Gilmara de Oliveira, às agressões praticadas pela madrasta Brena Luane. "Nunca pensei que a mãe dela poderia fazer isso. Estou à base de remédios". Ketelen, de seis anos, morreu no último sábado em Resende, após sofrer um fim de semana de torturas em Porto Real, Sul Fluminense. O corpo da menina foi enterrado na tarde deste domingo (25), no Cemitério Municipal de Engenheiro Pedreira, em Japeri, na Baixada Fluminense, em cerimônia com poucos familiares. Mãe e madrasta estão presas.

Segundo Roger, o relacionamento com a ex-esposa era amigável até ela conhecer a nova companheira, Brena, suspeita de ser a responsável pelas agressões que resultaram na morte da criança. O pai de Ketelen afirmou não ter tido contato com a filha nos últimos nove meses, desde que Gilmara se mudou e passou a morar com a companheira em Porto Real. 

"Eu ficava nervoso com a situação, vira e mexe perguntava para a minha mãe se tinha contato com elas. A Gilmara perdeu rede social, mudou telefone, se desligou da gente aqui do Rio. A única vez que entrou em contato com a família foi para pedir dinheiro para voltar para o Rio. Mas em momento nenhum falou de agressão", comentou Roger, confirmando a versão de outros familiares de que Gilmara cogitou retornar ao Rio de Janeiro nos últimos tempos.

"Infelizmente, a companheira que ela estava era um monstro e não deixou ela vir. Aquele monstro fez ela bloquear todo mundo, se desligar. A Gilmara era muito fácil de ir pela cabeça dos outros. Ela sempre ia muito pela cabeça dos outros", afirmou o pai.
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Roger com a filha Ketelen VitóriaReprodução internet


Segundo o pai, a prefeitura de Porto Real ajudou no processo de translado do corpo até o cemitério e custeou o enterro de Ketelen.

Gilmara, a mãe, e Brena, a madrasta, estão presas preventivamente no Instituto Penal Santo Expedito, em Bangu. Inicialmente autuadas por crime de tortura, agora elas podem responder também por homicídio qualificado depois que a menina Ketelen Vitória morreu.
Ketelen Vitória Oliveira da RochaRedes sociais
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'Ela queria vir embora', diz familiar; ligações eram sempre no viva-voz e acompanhadas por Brena
Gilmara Oliveira de Farias, de 28 anos, e Brena Luane Barbosa Nunes, de 25 anos, se conheceram ano passado pela internet. Em julho, Gilmara saiu de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, onde morava com a filha, em direção a Porto Real, no sul do estado, cerca de 150 km de distância. Com o tempo, o romance virou um pesadelo. Gilmara queria voltar para a cidade de origem, mas teria sido impedida por Brena.
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Em entrevista ao O DIA, uma familiar que não quis se identificar, informou que, aos poucos, as ligações foram ficando impossíveis. "Nós não conseguíamos falar com ela. Quando era possível, a ligação era sempre no viva-voz, e Brena ficava ao lado ouvindo tudo que ela falava", diz.
A testemunha ainda conta que Gilmara queria voltar para Duque de Caxias, mas não tinha dinheiro. "Ela chegou a pedir para a gente mandar dinheiro pra ela conseguir voltar. Mas ela teve que dar uma conta bancária da Brena pra depositarmos o dinheiro. Nós não conhecíamos a Brena, não tinha como confiar que ela ia conseguir voltar".
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