Gilmara Oliveira de Farias, de 28 anos, e Brena Luane Barbosa Nunes, de 25 anos, se conheceram ano passado pela internet. Em julho, Gilmara saiu de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, onde morava com a filha, em direção a Porto Real, no sul do estado, cerca de 150 km de distância. Com o tempo, o romance virou um pesadelo. Gilmara queria voltar para a cidade de origem, mas teria sido impedida por Brena.
Em entrevista ao jornal O DIA, uma familiar que não quis se identificar, informou que, aos poucos, as ligações foram ficando impossíveis. "Nós não conseguíamos falar com ela. Quando era possível, a ligação era sempre no viva-voz, e Brena ficava ao lado ouvindo tudo que ela falava", diz.
A testemunha ainda conta que Gilmara queria voltar para Duque de Caxias, mas não tinha dinheiro. "Ela chegou a pedir para a gente mandar dinheiro pra ela conseguir voltar. Mas ela teve que dar uma conta bancária da Brena pra depositarmos o dinheiro. Nós não conhecíamos a Brena, não tinha como confiar que ela ia conseguir voltar".
Ela lamenta não ter conseguido ajudar Gilmara. "Só do fato de ela nao deixar a Gilmara ter contato com a gente era dificil de entender. Nós não podíamos nos meter muito, porque era uma escolha da Gilmara. E não tinha como combinar uma fuga, porque sempre tinha que conversar ao lado da Brena".
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O relacionamento abusivo entre as duas também foi levantado por Rosângela, mãe de Brena. De acordo com a sogra, nos últimos dias, Gilmara cogitou voltar para Duque de Caxias, mas Brena chegou a trancar a mulher dentro do quarto para impedir que ela fosse embora.
As agressões eram frequentes, mas não foi a primeira vez. Brena Luane já tinha antecedente por lesão corporal. Rosângela contou que em fevereiro do ano passado, numa discussão, Brena teria dado uma facada numa ex-companheira, o que foi confirmado por vizinhos do bairro Jardim das Acácias, em Porto Real. Em outro episódio, ela chegou a quebrar o dedo de um policial militar, quando foi presa a primeira vez.
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Inicialmente, autuadas por crime de tortura, agora elas podem responder também por homicídio qualificado depois que a menina Ketelen Vitória, de seis anos, morreu. Brena e Gilmara estão presas preventivamente no Instituto Penal Santo Expedito, em Bangu.
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