Cuidador de idosos é indiciado em inquérito sobre morte de cozinheira na Freguesia
Psicólogos apontaram que Cláudio André Silva Antônio, de 40 anos, agiu como um sociopata, diz família
Por Beatriz Perez
Rio - Foi encerrado o inquérito sobre a morte da cozinheira e empregada doméstica Gilmara da Almeida da Silva, de 45 anos, em seu local de trabalho na Freguesia, Zona Oeste do Rio, no dia 30 de julho. A Polícia concluiu que o cuidador de idosos que trabalhava com a vítima agiu sozinho. Cláudio André Silva Antônio, de 40 anos, está preso temporariamente desde o dia 3 de agosto.
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Na foto, Cláudio, supeito de matar (máscara Azul) Gilmara de Almenida Sillv
Cléber Mendes
Delegada Bianca Gerbara
Cléber Mendes/ Agência O DIA
Milena de Almeida, filha caçula de Gilmara de Almeida Sillva
Cléber Mendes/ Agência O DIA
Michelle de Almeida, filha de Gilmara, com parentes na Delegacia de Homicídios, na Barra
Cléber Mendes/ Agência O DIA
Boletim médico de Gilmara
Divulgação
Irmãos de Gilmara da Silva se reúnem na Delegacia de Homicídios, na Barra, após notícia de prisão de suspeito
Cleber Mendes/ Agência O DIA
Irmãos de Gilmara da Silva se reúnem na Delegacia de Homicídios, na Barra, após notícia de prisão de suspeito
Cleber Mendes/ Agência O DIA
Gilmara da Silva, 45, foi morta por afixia mecânica
Reprodução
Gilmara de Almeida da Silva, 45 anos, foi morta no local de trabalho na Freguesia, Zona Oeste do Rio
Reprodução
Gilmara da Silva
Reprodução
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Psicólogos que analisaram a conduta de Cláudio disseram que ele agiu como um sociopata. O homem tem o diagnóstico de esquizofrenia, mas não tomava os remédios para controlar a doença, segundo informações da família da vítima.
A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) indiciou o cuidador por homicídio qualificado por motivo torpe. As investigações apontaram que o crime foi praticado devido à desavenças no trabalho entre os dois. Durante as diligências foi possível descobrir as contradições prestadas pelo autor nos depoimentos. Foi constatado, também, através de imagens que momentos antes do crime não houve entrada de pessoas estranhas na residência onde a vítima trabalhava.
A perícia constatou ainda que foram encontrados vestígios de sêmen no lençol do quarto da vítima. Também foi localizada uma máscara de rosto semelhante a usada pelo indiciado, que foi reconhecida pela esposa dele.
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Gilmara reclamava do comportamento do colega de trabalho. Ela se queixava de provocações feitas por Cláudio. As investigações revelaram que Cláudio tinha um histórico de denúncias de agressão contra mulheres. Para Michelle da Silva, filha da vítima, Gilmara fazia parte de um perfil de mulheres, alvo de de Cláudio. " Ele matou minha mãe só pelo surto, porque deu na telha. A motivação foi minha mãe fazer parte do perfil dele. Ela lutou muito pela vida", conta.
Gilmara foi morta por asfixia. Ela chegou ao hospital com marcas de espancamento. Também foi investigado se ela teria sido vítima de estupro, o que não foi comprovado nos laudos laboratoriais do inquérito. Gilmara entrou em luta corporal para se defender.
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No momento do crime, outras duas pessoas estavam em casa: dona Lurdes, patroa de Gilmara, que estava no quarto, e a filha, Monica, que relatou estar tomando banho durante a ação de Cláudio.
A família conta que se sente aliviada com o fim do inquérito e o indiciamento do suspeito. "A gente teve acesso a provas incontestáveis contra ele. É muito difícil ele sair ileso dessa. A gente se sente mais confortável. Temíamos represália por parte dele. Por um lado, não vamos ter nossa mãe de volta. Por outro, ele não estará solto para fazer outras vítimas", comenta Michelle.
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Relembre o caso
Gilmara dos Santos de Almeida da Silva, de 45 anos, foi assassinada no dia 30 de julho, na casa dos patrões, na Freguesia, na Zona Oeste do Rio. O suspeito de cometer o crime, o cuidador de idosos Cláudio André Silva António, que trabalhava junto com Gilmara, foi preso por agentes da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), no dia 3 de agosto, enquanto prestava depoimento em sede policial.
O laudo médico apontou para a possibilidade de Gilmara ter sofrido abuso sexual. O que não ficou comprovado no inquérito. O documento afirma que “paciente estava sem roupa íntima e calça comprida rasgada”, além de “presença de secreção esbranquiçada na região genital”.
Segundo a delegada Bianca Gebara, foram encontrados vestígios de sêmen no corpo da vítima e a Polícia Civil irá realizar exames de confronto genético entre o material e o DNA do suspeito.
Suspeito ainda ajudou no socorro
Os familiares de Gilmara contaram que o cuidador de idosos, preso suspeito de cometer o crime, ajudou no socorro. Cláudio André foi junto com os filhos do casal de idosos, patrões da doméstica, até o Hospital Federal Cardoso Fontes.
“Quando chegamos no hospital ele estava lá, não falou com a gente, mas agia friamente e com naturalidade, mexendo no celular”, contou um sobrinho da vítima.
Os parentes de Gilmara ainda disseram que os filhos dos patrões e o cuidador de idosos afirmaram ter ligado para os Bombeiros para socorrer a mulher, mas que pela demora no atendimento resolveram levá-la a uma unidade de saúde por conta própria. No entanto, ainda segundo os familiares, o Corpo de Bombeiros os informou que não houve nenhum acionamento para este caso.
Familiares relatam rixa entre os funcionários
Irmãos e filhas de Gilmara disseram que os desentendimentos entre a doméstica e seu colega de trabalho eram frequentes. Claudio André teria sido contratado para cuidar do casal de idosos, há cerca de três meses, e desde que chegou para trabalhar na residência teve pequenos problemas de convivência com Gilmara.
"Minha mãe relatava desavenças com ele em relação a trabalho, que ele tentava atrapalhar o trabalho dela, e também falava sobre a maneira como ele tratava a idosa, que ela também não aprovava. Mas minha mãe nunca falou nada sobre ameaças, agressões, nunca chegou nesse ponto. Desavenças de trabalho mesmo, mas nada que pudesse chegar a morte", falou Milena da Silva, 20, filha caçula de Gilmara. Milena esclarece que sua mãe tinha um ótimo relacionamento com o casal de idosos, com quem trabalhava há mais de um ano, até a chegada de Claudio André.