Gemerson Patrício de Souza morreu durante um tiroteio no Morro do Juramento, em Vicente de Carvalho, na Zona Norte do Rio Divulgação
Por O Dia
Publicado 28/04/2021 15:04
Rio - Familiares do marceneiro Gemerson Patrício de Souza acusam policiais militares de terem atirado contra o pai de família mesmo ele gritando, com o crachá da empresa na mão, que era trabalhador. Em um depoimento publicado nas redes sociais, a enteada da vítima, Yasmin Cristina, contou que o padrasto foi tratado como bandido. Gemerson foi baleado a caminho do trabalho, na manhã da última terça-feira (27), quando passava na passarela localizada acima da Avenida Pastor Martin Luther King Jr., na altura da estação do metrô de Tomás Coelho.
De acordo com o relato de uma testemunha, em mensagem enviada à enteada, a PM e criminosos começaram a trocar tiros na passarela. Foi neste momento que Gemerson, que passava no local no momento do confronto, teria se abaixado para se proteger, mas foi baleado momentos depois. "Quando eles [os PMs] chegaram perto, ele estava gritando que era trabalhador e um policial branco, meio gordinho, abriu a mochila dele e chamou um outro e cochichou sobre algo que estava dentro [da mochila] e ele estava com um crachá na mão. Eles jogaram a mochila dele dentro da viatura", disse a testemunha.

O primeiro corpo a ser colocado dentro da viatura teria sido de Gemerson, pois, de acordo com o relato da testemunha, ele gritava ininterruptamente que era trabalhador. Em seguida, outros baleados também foram colocados no mesmo veículo e socorridos. O marceneiro foi socorrido para o Hospital municipal Salgado Filho, no Méier, mas não resistiu e morreu. Gemerson deixa uma esposa e cinco filhos.

A enteada do marceneiro está se mobilizando na internet para pedir por justiça, já que nenhum dos pertences pessoais de Gemerson teria sido entregue à família. "Sumiram com as coisas dele, trataram como bandido, ele é trabalhador, estava indo trabalhar. Ele estava com o crachá da empresa, era marceneiro, na mochila estava o uniforme, o celular, os documentos, tudo sumiu", relatou Yasmin.
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A conduta dos policiais militares, relatada no depoimento da testemunha, será investigada pela Polícia Militar e pela Polícia Civil.Divisão de Homicídios da Capital também apreendeu as armas dos policiais militares que participaram da ação para confronto balístico. Testemunhas prestaram depoimento e diligências estão sendo realizadas para esclarecer os fatos. O corpo da vítima está no Instituto Médico Legal (IML) e o resultado do exame será encaminhado para a DH responsável pela investigação.
Questionada sobre as acusações da família, a Polícia Militar disse que o caso está sendo investigado pela Polícia Militar e pela Polícia Civil.
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Confira o relato da testemunha, enviado para a enteada de Gemerson Patrício, na íntegra:
Relato de testemunha durante a morte do marceneiro Gemerson Patrício - Reprodução/Internet
Relato de testemunha durante a morte do marceneiro Gemerson PatrícioReprodução/Internet
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Confira a nota na íntegra:
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"A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informa que um Inquérito Policial Militar (IPM) é instaurado sempre que há registro de mortes em ocorrências, e ressalta que a corporação lamenta a perda de todas as vidas, sem distinções. Em relação às ocorrências citadas, os policiais militares foram atacados em todas as situações, sendo necessário, portanto, revidar as ações criminosas. Em nenhuma das ocorrências havia operação policial.
A corporação esclarece ainda que as investigações sobre as ações citadas estão a cargo da Secretaria de Estado de Polícia Civil. No caso dos feridos que foram a óbito, as investigações foram transferidas para a Delegacia de Homicídios da Capital. Os demais casos estão sob investigação das delegacias distritais, onde foram feitos os registros de ocorrência. Vale ressaltar que, paralelamente à apuração dos fatos pela Polícia Judiciária, foram instaurados Inquéritos Policiais Militares pelos comandos das unidades que participaram das ações."
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