Polícias Militar e Civil investigam conduta de PMs em mortes de marceneiro e vigilante
A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) recolheu as armas dos agentes para confronto balístico
Por O Dia
Rio - A Polícia Militar e a Polícia Civil abriram um inquérito policial, nesta quarta-feira (28), para investigar a conduta dos policiais militares e as mortes do vigilante Denis Francisco Lima Paes e do marceneiro Gemerson Patricio de Souza, baleados durante os confrontos que aconteceram na Zona Central e Norte do Rio. Os corpos das vítimas estão no Instituto Médico Legal (IML) e o resultado do exame será encaminhado para a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), responsável pela investigação.
A DHC também apreendeu as armas dos policiais militares que participaram da ação para confronto balístico. Testemunhas prestaram depoimento e diligências estão sendo realizadas para esclarecer os fatos.
De acordo com familiares do marceneiro, alguns pertences pessoais de Gemerson sumiram após ser socorrido por policiais militares, como o crachá da empresa e o cartão do RioCard. As informações foram divulgadas em entrevista ao RJTV1, da TV Globo. Sobre essas acusações, a PM ainda não se pronunciou. No entanto, em nota, a Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que foram instaurados Inquéritos Policiais Militares pelos comandos das unidades que participaram das ações na noite de segunda-feira (28) e na manhã de terça-feira (29).
O porta-voz da Polícia Militar do Rio, major Ivan Blaz, lamentou todas as mortes ocorridas nos últimos dois dias. "Vivemos em um estado que pretende civilizar e que por isso mortes de policiais, civis e até mesmo de criminosos não são resultados aceitáveis. Mas, infelizmente isso faz parte da nossa realidade extremamente violenta. Uma prova clara disso é que ontem, em menos de 12 horas, tivemos 10 fuzis apreendidos", disse o o major Blaz.
O vigilante Denis foi baleado no Morro dos Prazeres, também na noite de segunda (26). Ele foi ferido na perna e chegou a ser levado com vida para o hospital, mas não resistiu. O trabalhador estava voltando para casa quando foi atingido. Ele deixa esposa e cinco filhos.
Em nota, a Polícia Militar reafirmou que os policiais militares foram atacados em todas as situações, sendo necessário, portanto, revidar as ações criminosas. "Em nenhuma das ocorrências havia operação policial. A corporação esclarece ainda que as investigações sobre as ações citadas estão a cargo da Secretaria de Estado de Polícia Civil. No caso dos feridos que foram a óbito, as investigações foram transferidas para a Delegacia de Homicídios da Capital. Os demais casos estão sob investigação das delegacias distritais, onde foram feitos os registros de ocorrência", disse a PM.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.