Publicado 30/04/2021 09:55 | Atualizado 30/04/2021 11:16
Rio - A sessão que julga o impeachment de Wilson Witzel, marcada para às 9h, começou com atraso de 30 minutos e sem a presença do governador afastado. A leitura do relatório do deputado Waldeck Carneiro (PT) foi dispensada. No segundo momento, acusação e defesa fazem suas manifestações, e então os dez membros do Tribunal Especial Misto, formado por cinco desembargadores e cinco deputados estaduais, fazem seus votos. São eles quem votarão o impeachment de Witzel e a inelegibilidade por até cinco anos.
Witzel será destituído se receber pelo menos sete dos dez votos. Todos os desembargadores e parlamentares votarão ao longo do dia. No Twitter, o ex-juiz se manifestou sobre o julgamento.
Além do mandato, os membros do Tribunal votarão também a inelegibilidade do governador afastado. O período pode ir até cinco anos. A votação pode findar a ainda curta carreira política de Witzel, eleito pela primeira vez para um cargo público, o de governador, em 2018. Em entrevistas recentes, o ex-juiz reafirmou o desejo de ser presidente da República.
Witzel é julgado por crime de responsabilidade por supostas fraudes em contratos para a compra de equipamentos médicos durante a pandemia no ano passado. As suspeitas recaem em acordos feitos entre a Secretaria Estadual de Saúde, à época sob o comando de Edmar Santos, e as organizações sociais Unir e Iabas. Witzel foi afastado do cargo em agosto, e despejado do Palácio Guanabara. Cláudio Castro, seu vice, é o governador em exercício desde então.
Na leitura da acusação, o deputado Luiz Paulo (Cidadania) comentou que "como ex-oficial da Marinha, ex-juiz federal e doutor em Ciência Política", Witzel "conhecia profundamente as hierarquias de poder" e as leis, mas que, ainda assim, cometeu crime de irresponsabilidade. Já o advogado de defesa de Witzel Erick Trotte, lembrou a batalha jurídica pelo acesso na íntegra à delação premiada do ex-secretário estadual de Saúde, Edmar Santos.
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