Familiares de pessoas desaparecidas em mutirão da Polícia CivilFoto: Arquivo pessoal / Jovita Belford
Por O Dia
Publicado 14/06/2021 21:14
Rio - Familiares de desaparecidos agora podem ter mais esperança de encontrar seus filhos, irmãos e pais. A partir desta segunda-feira, 14, até a sexta-feira, 18, a Polícia Civil do Rio faz um mutirão de coleta de DNA de membros das famílias de pessoas que ainda estão sendo procuradas. Feito pelo Instituto de Pesquisa e Perícias em Genética Forense (IPPGF), os dados coletados servirão para alimentar a base de perfis genéticos do Rio e, assim, aumentar a chance de identificar as pessoas que foram registradas como desaparecidas no estado. 
Superintendente de Enfrentamento de Pessoas Desaparecidas, Jovita Belfort foi uma das mães a fazer a coleta no primeiro dia do mutirão. "Foi muito emocionante. Todas as mães estavam emocionadas, felizes também porque abriu uma porta de esperança, principalmente para os casos mais antigos. O mais importante é que esse cadastro é nacional. O desaparecido anda, não quer dizer que ele fica em um lugar só. Aqui no Rio, tem muitos desaparecidos de outros estados. Com o cadastro nacional, a chance é maior de encontrá-los", afirmou a mãe do lutador Vitor Belfort e de Priscila Belfort, desaparecida há 17 anos.
Publicidade
O material genético coletado será comparado com o de pessoas que estão sem identificação, como em situação de rua, em abrigos no estado ou em hospitais, além dos que morreram como indigentes. O procedimento é indolor: através de um cotonete, o técnico recolhe a saliva da boca do familiar. 
A expansão do banco de dados pode ser um capítulo decisivo na vida de Luciene Torres, 59 anos. Presidente do Instituto Mães Virtuosas do Brasil, Luciene passou a procurar incessantemente por sua filha, Luciane Torres da Silva, há quase 12 anos. Na época com nove anos, a menina desapareceu após sair de casa para comprar pão na padaria. 
Publicidade
"Como ela tinha muitas amigas aqui na rua, achei que ela deveria estar distraída com as amigas, ou perdeu o dinheiro e ficou com medo de voltar. Criança, sabe? Foi quando minha filha foi atrás dela, só que ela não a encontrou. Ela não chegou lá na padaria e foi quando comecei a ligar para minha irmã, para a avó. Em 10 ou 15 minutos nós percebemos que estava acontecendo algo muito fora do normal", lembrou. 
Desde então, Luciene passou a se dedicar a descobrir o paradeiro da filha, que hoje pode ter 21 anos. "Tenho muita esperança de encontrá-la, não perco essa esperança. Como sempre digo, até meu ultimo minuto respirando nessa terra, eu vou procurar minha filha", assegurou.
Publicidade
Pontos de coleta:
Rio de Janeiro:

- Cidade da Polícia
Av. Dom Helder Câmara, 2066 - Benfica

- PRPTC Campo Grande
Estrada do Mendanha, 1672 (fundos) - Campo Grande

Angra dos Reis:

- PRPTC Angra dos Reis
Rodovia Governador Mário Covas, Km 504 - Bracuí

Araruama:

- PRPTC Araruama
Rua Bernardo Vasconcelos, 755 - Centro

Campos dos Goytacazes:

- PRPTC Campos dos Goytacazes
Avenida XV de Novembro, 799 - Caju

Duque de Caxias:

- PRPTC Duque de Caxias
Rua Ailton da Costa, s/n - Vinte e Cinco de Agosto

Itaperuna:

- PRPTC Itaperuna
Rodovia BR 356, s/n - Cidade Nova

Macaé:

- PRPTC Macaé
Avenida Aluísio da Silva Gomes, 100 - Novo Cavaleiros

Niterói:

- PRPTC Niterói
Travessa Comandante Garcia Dávila, 51 - Santana
Friburgo
-PRPTC Nova Friburgo
Avenida Presidente Costa e Silva, 834 - Centro

Nova Iguaçu:

- PRPTC Nova Iguaçu
Rua Edna, s/n, Posse

Petrópolis:

- PRPTC Petrópolis
Rua Vigário Correa, 1345 - Correas

Volta Redonda:

- PRPTC Volta Redonda
Avenida Paulo Erlei Abrantes, 1325, Três Poços
Leia mais