Preso, Glaidson Acácio chegou à sede da Polícia Federal acompanhado dos agentesMARCOS PORTO/AGÊNCIA O DIA
Publicado 25/08/2021 13:42
Rio - G.A.S. são as iniciais de Glaidson Acácio dos Santos, um personagem conhecido entre os investidores em criptomoedas do Rio de Janeiro. Até 2014, o morador da Região dos Lagos era garçom em um restaurante em Búzios. Entre 2018 e 2019, abriu empresas de consultoria e investimentos em criptomoedas e, desde então, movimenta muito dinheiro no mercado de moedas digitais. Para a Polícia Federal, os lucros de Glaidson são frutos de um grande esquema de pirâmide. Ele foi preso nesta quarta-feira (25) na operação 'Kryptos'.
Glaidson aparece como sócio da G.A.S. Consultoria e Tecnologia, ativa há três anos e com capital social total de R$ 75 milhões, e também da G.A.S. Inovação, baseada em Barueri (SP) e com capital social total de R$ 1 milhão. Em ambas, ele é sócio com Mirelis Yoseline Diaz Zerpa, venezuelana que seria sua esposa.
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Na casa de Glaidson, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, agentes encontraram R$ 14 milhões em espécie, além de dólares e euros. A quantidade era tão grande que foram necessárias malas e um carro forte para transportar os valores até a sede da Polícia Federal, na Praça Mauá. Um Porsche e uma BMW também foram apreendidos, além de barras de ouro.
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Segundo as investigações, a empresa G.A.S. Consultoria, com sede em Cabo Frio, é responsável por um esquema de pirâmide chamado 'ponzi', que prometia um "insustentável retorno financeiro sobre o valor investido". Pessoas aportavam grandes quantidades de dinheiro no esquema, que prometia lucros de 10% ao mês sobre o valor investido. O lucro, no entanto, não chegava - tudo o que entrava na empresa ficava com Glaidson e os sócios, segundo a PF.
"Se pararmos pra olhar dentro do quadro social brasileiro, R$ 20 milhões é uma quantia exacerbada. Mas não podemos afirmar que ela é oriunda de prática criminosa", afirmou o advogado Thiago Minagé, que defende Glaidson.
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"Não é nenhum crime ter um dinheiro em casa, a quantia sendo alta, ou baixa, desde que o dinheiro tenha origem lícita e seja de conhecimento dos órgãos competentes. Eu preciso que o cliente me passe as informações sobre o que foi apreendido. Ele diz que é lícito, e me passará os documentos comprobatórios", completou o advogado.
A operação da Polícia Federal em conjunto com o Gaeco, do Ministério Público Federal, e com a Receita Federal, cumpriu cinco mandados de prisão e 15 mandados de busca e apreensão. Na ação desta quarta, agentes também apreenderam 591 bitcoins, o equivalente a R$ 147,7 milhões; 21 veículos de luxo; diversos relógios de alto valor, joias, celular e diversos documentos.
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