Motorista que provocou o acidente foi preso em flagranteReprodução/Redes Sociais
Publicado 26/08/2021 11:13
Rio - O Tribunal de Justiça do Rio vai realizar, na tarde desta quinta-feira (26), a audiência de custódia do motorista envolvido na briga de trânsito que causou a morte da advogada Larissa Duarte de Lima, 23 anos, em Campo Grande, na Zona Oeste, na terça-feira (24). Antônio Gabriel Farias foi preso em flagrante por policiais militares após discutir com a jovem e o namorado dela e acelerar o carro em direção ao casal. O corpo da advogada será enterrado hoje, no Cemitério Jardim da Saudade, em Paciência, na Zona Oeste do Rio. O velório está marcado para às 13h30.
De acordo com testemunhas, Larissa estava na garupa de uma motocicleta, que esbarrou acidentalmente no retrovisor de um veículo, quando passava pela Rua Aricuri. Segundo testemunhas, Antônio começou a discutir com o namorado da jovem, que dirigia a moto, e acelerou com o carro em direção ao casal. Durante a segunda batida, Larissa bateu com a cabeça no chão e morreu no local, o namorado teve ferimentos leves.
Pessoas que passavam pelo local tentaram socorrer a mulher após a queda. O quartel de Campo Grande do Corpo de Bombeiros foi acionado para o local por volta das 11h40, mas ela não resistiu aos ferimentos e morreu no local. O caso foi encaminhado para a 35ª DP (Campo Grande) e seguiu para Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), que fez uma perícia no local do crime e investiga se o crime foi provocado de forma proposital.
A família esteve no Instituto Médico Legal (IML) na quarta-feira (26) para liberar o corpo da advogada. No local, o namorado de Larissa, William Luiz Castro dos Santos, afirmou que a batida, que provocou a morte de sua companheira, foi uma ação proposital por parte do motorista do carro. "Foi proposital, porque segundo o sargento da Polícia Militar e o bombeiro que estavam lá (no momento da colisão), quando eles foram falar com o agressor, ele disse que fez 'de sacanagem mesmo', que foi de propósito. Eu fico pensando como é que um cara faz uma coisa dessa de propósito?", questionou o namorado, com a voz embargada.

William disse ainda que depois da tentativa de pressioná-lo, o motorista do carro diminuiu a velocidade e foi para trás da moto. Foi quando Larissa, que estava verificando o GPS, orientou o namorado a virar a rua na esquina. Naquele momento, após ele ligar a seta, o motorista do carro teria surgido rapidamente por trás da moto batendo com forte impacto nos dois, de acordo com o que comentou o comerciante.
"O mais incrível é que tanto na cena do crime quanto no local do fato ele estava rindo. Ele estava rindo da desgraça que ele cometeu. E como é que pode a pessoa rir da morte do outro? Não satisfeito, depois que eu fui para a Delegacia de Homicídios, o cara chegou rindo com dois advogados, provavelmente caríssimos, dava para ver que não eram dois advogados quaisquer. A gente sabe como funciona o sistema judiciário no Brasil. Eu também sou formado em Direito e sei que, por mais que ele esteja respondendo por homicídio doloso, ele vai sair fácil", afirmou.
O primo de Larissa disse que o namorado da advogada também deve ser responsabilizado pelo o que aconteceu. Segundo o técnico de mecânica, Wallace da Silva Oliveira a morte decorreu de uma "imprudência" de ambas as partes. Ele ainda contou que a jovem tinha o sonho de ser delegada.
"Foi imprudência do namorado dela também, porque não se discute no trânsito. A gente não sabe a pessoa que está do outro lado, não sabemos o que pode vir do ser humano. Muita imprudência do rapaz que estava no volante por causa de um retrovisor. Ele acabou com uma família. Uma menina que só estudava, era advogada, ia fazer prova para delegada. Ele simplesmente acabou com tudo. Dizem que ele ainda disse que atropelou e matou mesmo, é um covarde, um criminoso. Não foi um acidente, ele fez de caso pensado. Então, ele tem que responder, tem que ser preso. A pessoa que estava pilotando a moto (namorado da Larissa) também tem que responder, porque não se discute no trânsito", disse Wallace.
"Não sei muita coisa sobre a discussão. Só sei que a vida de uma pessoa foi tirada por causa de um retrovisor. Em nenhum momento você vê um semblante de arrependimento nele, que ser humano é esse, que acaba com a vida do outro?", questionou.



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