O namorado da advogada Larissa Duarte de Lima, William Luiz Castro dos Santos, compareceu na manhã desta quarta-feira (25) para reconhecer o corpo da companheira no Instituto Médico Legal (IML)Reginaldo Pimenta / Agência O DIA

Rio - O comerciante William Luiz Castro dos Santos - namorado da advogada Larissa Duarte de Lima - apontou a batida que provocou a morte de sua companheira como uma ação proposital por parte do motorista do carro, preso em flagrante nessa terça-feira (24) após o fato. Com planos para noivar com a jovem advogada no ano que vem, ele compareceu ao Instituto Médico Legal (IML), na manhã desta quarta-feira (25), para o reconhecimento do corpo e se emocionou ao lembrar de sua namorada. A família da vítima preferiu não se manifestar.
“Foi proposital, porque segundo o sargento da Polícia Militar e o bombeiro que estavam lá (no momento da colisão), quando eles foram falar com o agressor, ele disse que fez ‘de sacanagem mesmo’, que foi de propósito. Eu fico pensando como é que um cara faz uma coisa dessa de propósito?”, questionou o namorado, com a voz embargada.
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A batida aconteceu na Rua Aricuri, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. A advogada estava na carona de uma moto junto com William, quando, segundo o comerciante, o veículo colidiu acidentalmente no retrovisor de um carro. Em seguida, o namorado da vítima explicou que o motorista do veículo se aproximou dos dois querendo discutir, com xingamentos e tentando pressionar a moto para o canto de uma rua.
William disse ainda que depois da tentativa de pressioná-lo, o motorista do carro diminuiu a velocidade e foi para trás da moto. Foi quando Larissa, que estava verificando o GPS, orientou o namorado a virar a rua na esquina. Naquele momento, após ele ligar a seta, o motorista do carro teria surgido rapidamente por trás da moto batendo com forte impacto nos dois, de acordo com o que comentou o comerciante.
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“Eu liguei a seta para virar a direita e só senti uma pancada nas costas, só senti eu voando e tudo rodando. Depois eu não sei o que aconteceu direito. Eu levantei rápido, não sei se fiquei desacordado por 2 ou 5 segundos, mas levantei desesperado. Olhei para a minha esposa e ela estava no chão agonizando e cuspindo sangue. Os transeuntes estavam ali perto e tentaram ajudar. Eu falei para colocarem ela de lado para não se engasgar com o próprio sangue… Não resolveu, o pessoal ligando para a ambulância e os bombeiros, eu também, nervoso. O bombeiro chegou prontamente, muito rápido, acho que em uns 5 minutos eles chegaram e me informaram que… Informaram que a minha esposa não estava com vida”, disse William, sob forte emoção.
O namorado da vítima disse ainda que os dois estavam com capacete e que a moto estaria com a documentação em dia. Ele afirmou que espera por justiça, mas se surpreendeu quando viu o motorista do carro chegando na delegacia rindo, enquanto era acompanhado de dois advogados.
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“O mais incrível é que tanto na cena do crime quanto no local do fato ele estava rindo. Ele estava rindo da desgraça que ele cometeu. E como é que pode a pessoa rir da morte do outro? Não satisfeito, depois que eu fui para a Delegacia de Homicídios, o cara chegou rindo com dois advogados, provavelmente caríssimos, dava para ver que não eram dois advogados quaisquer… A gente sabe como funciona o sistema judiciário no Brasil. Eu também sou formado em Direito e sei que, por mais que ele esteja respondendo por homicídio doloso, ele vai sair fácil”, afirmou.
Por fim, William relembrou os últimos momentos que viveu com a sua namorada e disse que tinha planos para noivar com ela no ano que vem.
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“Minha namorada era demais. Ela era sensacional, eu não tenho palavras para descrever. Lembro que eu estava passando mal, mas ela falou: ‘Amor, eu preciso fazer uma busca e apreensão, você pode ir comigo?’. E eu respondi que apesar de não estar bem, eu iria com ela. Se eu soubesse que o resultado era esse eu não ia… A gente tinha planos de fazer o noivado já para o ano que vem. Já tínhamos comprado passagens para fazer uma viagem para o Chile, ela queria fazer uma viagem internacional. Mas nada disso vai acontecer mais. O meu sentimento é o pior possível, eu não consegui dormir essa noite. Tomei uns cinco remédios e não dormi, só consegui chorar pensando na minha esposa”, disse.