Publicado 01/09/2021 11:53
Rio - Com mais um dia de atrasos nos trens da SuperVia, a rotina do trabalhador é novamente afetada pelos furtos de cabos do sistema ferroviário. Segundo a concessionária, de janeiro a julho deste ano, 862 viagens foram interrompidas ou paralisadas apenas em função desta ocorrência. Nesta quarta, mais um destes casos foi responsável por alterar e atrasar os intervalos do Ramal Japeri pelo terceiro dia consecutivo. Este é o ramal com maior número de cancelamentos de viagens por conta dos furtos de cabos, foram 385 interrupções apenas em 2021, segundo um levantamento da empresa. O ramal Santa Cruz, interligado ao Deodoro, teve 279 interrupções no mesmo período. Em terceiro lugar vem o Saracuruna, com 142 paralizações e, por último, Belford Roxo, com 38.
Ao considerar todas as causas de segurança pública, como furtos de grampos, cabos dos trens e outros equipamentos do sistema, além de tiroteios, o número de interrupções chega a 1,1 mil viagens. Desse total, o ramal mais afetado é o Japeri com 453, o Saracuruna vem logo depois com 312 interrupções, o Santa Cruz com 310 paralisações, o ramal Belford Roxo aparece com 83 viagens suspensas, Vila Inhomirim teve 19 e por último, Guapimirim com 14 interrupções.
Ao DIA, a SuperVia informou que há dois tipos de cabos que são alvo dos criminosos, sendo eles os de sinalização e os de energia, ligado através do pantógrafo (dispositivo que fica em cima dos trens). Com o furto desse material, os trens não podem circular. Já os cabos de sinalização, mais conhecidos pelos passageiros por atrasarem a maioria das viagens, são utilizados nos sinais ao longo da malha ferroviária, orientando os maquinistas.
“A ausência de um cabo de sinalização nos obriga a fazer a circulação não mais com sinais automaticamente, mas usando rádios de comunicação entre o Centro de Controle e os maquinistas. E isso impede de colocarmos todos os trens no sistema, mesmo tendo esses trens disponíveis, ou nos obriga até mesmo a retirar parte deles de circulação”, explicou a SuperVia.
Ainda segundo a concessionária, sem os cabos de sinalização há necessidade de reduzir velocidade, além de aumentar a distância entre um trem e o outro e a até mesmo interromper a circulação do ramal inteiro. Ao todo, a SuperVia estima que cerca de 14 mil metros de cabos já foram furtados do sistema ferroviário, resultando em um prejuízo de R$ 1 milhão.
Por conta dos danos causados à circulação dos trens, a SuperVia iniciou um convênio com a Polícia Militar, por meio do Programa Estadual de Integração na Segurança (Proeis). Com a medida, PMs serão contratados para reforçar o patrulhamento no sistema ferroviário em seus dias de folga. A concessionária também disse que está ampliando ações de inteligência e trocou a empresa que fornece os agentes de controle. Eles fazem rondas em todo o sistema, mas não têm poder de polícia para atuar.
O que diz a PM
Questionada sobre a atuação do Grupamento Ferroviário (GPFer) diante dos furtos, a Polícia Militar afirmou que prende inúmeros indivíduos por este crime, sejam contra o patrimônio público ou privado e que entre janeiro a julho deste ano, 54 pessoas foram detidas ao furtar ou danificar patrimônio da concessionária.
Questionada sobre a atuação do Grupamento Ferroviário (GPFer) diante dos furtos, a Polícia Militar afirmou que prende inúmeros indivíduos por este crime, sejam contra o patrimônio público ou privado e que entre janeiro a julho deste ano, 54 pessoas foram detidas ao furtar ou danificar patrimônio da concessionária.
Ainda de acordo com a PM, a via férrea é uma área de policiamento composta por mais de 100 estações de passageiros distribuídas em 12 municípios do estado do Rio, ao longo desta extensão, segundo a corporação, os batalhões de área patrulham o perímetro externo, assim como o entorno das estações.
"Vale ressaltar que esses crimes são cometidos, muitas vezes, por indivíduos em situação de vulnerabilidade e diante de brechas de oportunidade, aproveitando-se do dinamismo do policiamento ostensivo. Cabe mencionar também que tais crimes demandam atividade investigativa para que os envolvidos sejam identificados e presos, tanto aqueles que praticam os delitos quanto, e principalmente, os receptadores do material", alega a corporação que não informou o efetivo de policiais lotados atualmente no GPFer.
"Vale ressaltar que esses crimes são cometidos, muitas vezes, por indivíduos em situação de vulnerabilidade e diante de brechas de oportunidade, aproveitando-se do dinamismo do policiamento ostensivo. Cabe mencionar também que tais crimes demandam atividade investigativa para que os envolvidos sejam identificados e presos, tanto aqueles que praticam os delitos quanto, e principalmente, os receptadores do material", alega a corporação que não informou o efetivo de policiais lotados atualmente no GPFer.
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