Publicado 02/09/2021 09:19
Rio - Agentes da Polícia Civil cumpriram nesta quinta-feira (2) quatro mandados de prisão contra suspeitos de envolvimento na morte do investidor de criptomoedas Wesley Pessano, de 19 anos, assassinado a tiros no dia 4 de agosto, em São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos. Valder Janilson Chaves, Thiago Julio Galdino e Bruno Luzardo foram presos na Baixada Fluminense. Fabiano Natan, o FB, está foragido.
"Essa operação é um desdobramento da investigação iniciada em São Pedro da Aldeia. Nessa segunda fase, investigando telefones, com quebra de sigilos, chegamos a quatro elementos que eventualmente tinham participação. Não propriamente na execução do trader, mas no transporte dos elementos, levando de Caxias até São Pedro da Aldeia, a Rio das Ostras. Os mesmos carros estavam sempre em movimentação nessas vias", afirmou Milton Cerqueira, delegado da 125ª DP (São Pedro da Aldeia).
Policiais também apreenderam celulares e documentos que podem comprovar a participação direta dos presos no crime. A polícia ainda tenta descobrir quem foi o mandante. Desde a morte de Pessano, uma força-tarefa foi criada para chegar até os responsáveis, e a principal linha de apuração é que tenha sido um assassinato envolvendo a disputa pelo mercado de criptomoedas, as moedas digitais, na Região dos Lagos. Em outro inquérito, este da Polícia Federal, o empresário Glaidson Acácio dos Santos foi preso por comandar um esquema de pirâmide que movimentava bilhões de reais a partir das criptomoedas em Cabo Frio, outro balneário na Região dos Lagos.
Investidor dirigia Porsche quando foi assassinado
Wesley Pessano foi assassinado com vários disparos no dia 4 de agosto, dentro de um Porsche avaliado em R$ 440 mil. Pessano ostentava carros de luxo e viagens nas redes sociais e também usava seu perfil no Instagram, onde tinha 131 mil seguidores, para compartilhar o retorno financeiro rápido que tinha com seu trabalho. "Prazer, máquina de fazer dinheiro", se apresentou Wesley em uma foto. Roberto Silva Campanha, suspeito de envolvimento, foi preso no fim de agosto.
Uma das linhas de investigação do assassinato é a guerra de mercado de investimento. Os agentes procuram informações sobre quem mandou matar o rapaz. Os investigadores acreditam que a morte do investidor possa estar por trás de pelo menos três tentativas de assassinato em Cabo Frio, entre março e julho. Uma disputa de empresas por clientes de criptomoedas motivaria os crimes.
Segundo a Polícia Civil, outra hipótese levantada é de queima de arquivo. O grupo de investigação — composto pela delegacia de São Pedro da Aldeia, Cabo Frio, Armação de Búzios e Iguaba Grande — vai analisar os inquéritos que envolvam transações em criptomoedas na Região dos Lagos.
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.