Publicado 23/09/2021 12:45 | Atualizado 23/09/2021 12:52
Rio - Imagens obtidas pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) mostram o momento em que Marcos Antônio da Silva, Pará ou Parazinho, e Khawan Eduardo Costa Silva, fogem do helicóptero pilotado pelo policial civil Adônis Lopes de Oliveira sequestrado momentos antes no último fim de semana em Angra dos Reis. A dupla fazia parte de um plano, frustrado pelo piloto, autorizado pela Cúpula do Comando Vermelho para resgatar traficantes presos no Complexo de Gericinó, em Bangu.
No vídeo, feito por um cinegrafista amador, a aeronave sobrevoa uma comunidade de Niterói, na Região Metropolitana do Rio. Em seguida, é possível perceber que dois passageiros deixam o helicóptero e correm em direção à comunidade.
Segundo a Polícia Civil, o flagrante foi feito no Morro do Castro, que fica entre Niterói e São Gonçalo. A região é controlada por traficantes da mesma facção.
Parazinho e Khawan são oriundos do tráfico de drogas na favela do Sabão, na Região Central de Niterói. Os dois continuam foragidos e a Polícia Civil pede ajuda para localizá-los.
A polícia já sabe que um dos alvos do resgate frustrado era o traficante Carlos Vinícius Lírio da Silva, o Cabeção, chefe do Sabão. Outros três detentos que também seriam resgatados eram os traficantes Márcio Aurélio Martinez Martelo, o Bolado; José Benemário de Araújo, o Benemário, líder do tráfico do Mandela; e Márcio Gomes de Medeiros Roque, o Marcinho do Turano.
Trajeto
A dupla de traficantes saiu de Niterói e seguiu para o heliponto da Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul do Rio. Eles contrataram um carro de aplicativo de passageiros para fazer o trajeto entre as duas cidades na Região Metropolitana. Em seguida, alugaram uma aeronave para cinco passageiros e partiram para Angra dos Reis com o piloto Leandro Monçores, 42 anos.
Na cidade da Costa Verde, Leandro passou mal e pediu ajuda ao amigo Adônis Lopes de Oliveira, que fez o voo de volta para o Rio. No trajeto, os criminosos anunciaram o sequestro e deram ordem para que Adonis seguisse para o Complexo de Gericinó.
Para chamar a atenção da polícia, Adonis seguiu com o helicóptero em direção a um batalhão da Polícia Militar, mas acabou entrando em luta corporal com os traficantes. Após o susto, Adonis foi obrigado a seguir um novo trajeto para o ponto onde o criminosos desembarcaram e fugiram.
Em depoimento à polícia, Adonis disse que não estava armado.
Mentor
Para a Draco, Carlos Vinícius Lírio da Silva, o Cabeção, foi quem orquestrou a tentativa de resgate frustrada.
Preso no Vicente Piragibe, Cabeção participou de outra fracassada tentativa de resgate, em 2005, no Fórum da Ilha do Governador. Um grupo comandado por ele tentou libertar traficantes que iriam depor no local. Na ocasião, dois policiais civis acabaram mortos.
O traficante também foi alvo de uma operação do Ministério Público que identificou ligação entre o tráfico de drogas e empresas que oferecem serviços de internet clandestina em área ligadas ao Comando Vermelho.
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