Operação com mortos na Vila Cruzeiro tenta capturar Chico Bento, traficante do Jacarezinho

Rio - O traficante Adriano de Souza Freitas, o Chico Bento, apontado como chefe do tráfico de drogas no Jacarezinho, é um dos alvos da operação da Polícia Rodoviária Federal com a Polícia Militar, que deixou oito mortos nesta sexta-feira (11), na Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha. Chico Bento estaria escondido na região, dominada pelo Comando Vermelho, assim como o Jacarezinho. Segundo a PM, ele conseguiu fugir.

Também estavam entre os alvos os membros de uma quadrilha de roubo de cargas que atua na região.  A PM e a PRF informaram que as equipes policiais foram atacadas por criminosos logo na chegada à comunidade, antes das 6h. Segundo policiais envolvidos na ação, era um "bonde fortemente armado". Houve tiroteio e oito suspeitos foram mortos. Nenhum deles estava entre os alvos da operação.

Sete fuzis, quatro pistolas, 14 granadas, cocaína, maconha e carga roubada de cigarro foram apreendidos e levados para a 22ª DP (Penha). Um homem foi preso em flagrante, mas também não estava na lista de procurados.

Durante a ação conjunta, agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) e da PRF também localizaram um carro com mais de 300 kg de maconha nas imediações do Complexo da Penha. Com base em dados de inteligência obtidos por meio de investigação em curso na DRE, os policiais conseguiram interceptar o veículo na Rua Darcy Bitencourt Costa, em Olaria. No interior do carro havia 298 tabletes de maconha prensada.

Segundo os agentes, a droga foi retirada da comunidade Vila Cruzeiro por causa da atuação de policiais na região. Uma mulher, que seria responsável pela guarda do entorpecente, foi conduzida para a DRE.

Vila Cruzeiro operação PM e PRF pic.twitter.com/axM6gnUHg5

Em janeiro, policiais encontraram a casa de luxo de Chico Bento, construída no Jacarezinho. Vídeos mostram piscina com iluminação direcionada; churrasqueira na área gourmet; salão de jogos; e sala de estar com chão de porcelanato marmorizado.

Em 2021, investigações que culminaram com a operação Exceptis apontaram que Chico Bento recrutava menores, de até 12 anos de idade, para atuarem no tráfico. "A estratégia baseia-se na impunidade, uma vez que os soldados das quadrilhas com menos de 18 anos, escudos para os bandidos mais velhos, estão sujeitos a medidas socioeducativas e não são encarcerados – o que é visto, obviamente, como vantajoso pelos chefes do crime", diz um relatório de investigação.