Publicado 21/02/2022 18:31 | Atualizado 21/02/2022 18:35
Rio - A Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) da Polícia Civil começou, nesta segunda-feira (21), a coleta de material genético (DNA) para a identificação de corpos das vítimas da tragédia de Petrópolis, na Região Serrana do Rio, e informou que o resultado pode demorar até 60 dias para ficar pronto. Na noite deste domingo (20), a pasta divulgou uma lista convocando parentes de vítimas da chuva que atingiu o município. Filhos, irmãos ou sobrinhos são solicitados a coleta de DNA, que será comparado com o material genético das vítimas.
Para fornecimento de material genético para confronto, é indispensável a realização do registro de ocorrência, que pode ser feito na 106ª DP (Itaipava) e na Sala Lilás. Apenas 30 familias estão sendo agendadas por dia, com a locomoção garantida até Petropolitano Futebol Clube – através de um ônibus disponibilizado pela Polícia Civil.
Até o momento, 180 pessoas morreram em decorrência das chuvas e deslizamentos na cidade imperial. Desse total, o Instituto Médico Legal (IML) identificou 143 vítimas, de acordo com a Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA). Outras 104 seguem desaparecidas.
Familiares aguardam na fila para cadastrar DNA
A agonia, no entanto, é tripla para parte da população de Petrópolis: além de sentir a dor da perda de familiares, muitos ainda não sabem onde estão os corpos e aguardam na fila do Instituto Médico Legal para fornecer dados e só então identificar os cadáveres, muitos encontrados já em estado de decomposição.
Solange Rolando de Oliveira, 52 anos, tem irmã e sobrinha adolescente desaparecidas. Ontem, o corpo de uma mulher jovem foi encontrado no Morro da Oficina, na mesma localidade onde a família morava. Solange tem esperanças de que seja o de Giovanna de Oliveira, a sobrinha de 13 anos. Mas o DNA de Solange, coletado pela Polícia Civil, só poderá servir caso encontrem o corpo de Gleicy Rolando de Oliveira, a irmã. É que as amostras seguem uma ordem definida de prioridade: pai e mãe; filhos; o genitor do filho da pessoa desaparecida; e irmãos.
"Minha filha é quem está correndo atrás das identificações, nos hospitais, abrigos, na polícia. Estamos com 'esperança' porque lá foi encontrada uma menina possivelmente onde era a casa da minha irmã. Não podemos ter certeza, mas todas as características indicam que é ela, sim. Temos que esperar. O corpo está em decomposição e veio para cá, mas o processo é muito demorado e é o pai dela quem deve fazer a coleta. No caso da minha irmã, eu sou a familiar mais próxima, e a perita pediu para aguardar para fazer o cadastro e o DNA", disse Solange, ainda profundamente abalada com a tragédia.
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