Publicado 07/03/2022 16:33 | Atualizado 07/03/2022 18:05
Rio - As escolas municipais que não foram atingidas pelo temporal em Petrópolis, na Região Serrana do Rio, reabriram para o retorno presencial às aulas nesta segunda-feira (7). São 158 escolas da rede que voltaram ao funcionamento, 83% do número total das unidades, enquanto 29 delas ainda estão sem data confirmada para o retorno.
A cidade ainda luta para se reerguer do que foi um dos temporais mais letais da história de Petrópolis. Até o momento, segundo a Polícia Civil, as fortes chuvas ocorridas na cidade no dia 15 de fevereiro deixaram 233 mortos e quatro desaparecidos. Porém, a prefeitura decidiu reabrir as escolas que não estão funcionando como abrigo, não sofreram danos pela chuva e não estão sendo vistoriadas pela Defesa Civil. Professores e estudantes da rede municipal, em pouco menos de um mês depois da tragédia, voltam à sala de aula.
Michel dos Santos, de 44 anos, é professor da rede municipal na Escola Paroquial do Loteamento Samambaia e voltou a dar aulas nesta segunda. Ele relata seu desejo de trazer esperança na reconstrução da cidade para os seus alunos. "Tiveram tragédias anteriores a essa, a população de rua aumentou muito, jovens em vulnerabilidade social, perdas e internações por covid. Agora, essa tragédia gigantesca. Foram três tragédias. Ser otimista hoje é muito difícil. São muitos acúmulos de lutos, de tristezas. Minha postura foi de trazer esse olhar mais propositivo, mais proativo, mais esperançoso", conta.
A professora Livia Miranda, 37 anos, que atua na escola municipal Centro de Referência em Educação Inclusiva João Pedro de Souza Rosa, perdeu uma antiga aluna no último dia 15. "A sensação dos professores, das professoras, dos profissionais de educação é de muita dor. A sensação é de luto. Mesmo quem não foi afetado diretamente pela água, pela lama, pela chuva está no mesmo espírito de luto", desabafa.
A cidade ainda luta para se reerguer do que foi um dos temporais mais letais da história de Petrópolis. Até o momento, segundo a Polícia Civil, as fortes chuvas ocorridas na cidade no dia 15 de fevereiro deixaram 233 mortos e quatro desaparecidos. Porém, a prefeitura decidiu reabrir as escolas que não estão funcionando como abrigo, não sofreram danos pela chuva e não estão sendo vistoriadas pela Defesa Civil. Professores e estudantes da rede municipal, em pouco menos de um mês depois da tragédia, voltam à sala de aula.
Michel dos Santos, de 44 anos, é professor da rede municipal na Escola Paroquial do Loteamento Samambaia e voltou a dar aulas nesta segunda. Ele relata seu desejo de trazer esperança na reconstrução da cidade para os seus alunos. "Tiveram tragédias anteriores a essa, a população de rua aumentou muito, jovens em vulnerabilidade social, perdas e internações por covid. Agora, essa tragédia gigantesca. Foram três tragédias. Ser otimista hoje é muito difícil. São muitos acúmulos de lutos, de tristezas. Minha postura foi de trazer esse olhar mais propositivo, mais proativo, mais esperançoso", conta.
A professora Livia Miranda, 37 anos, que atua na escola municipal Centro de Referência em Educação Inclusiva João Pedro de Souza Rosa, perdeu uma antiga aluna no último dia 15. "A sensação dos professores, das professoras, dos profissionais de educação é de muita dor. A sensação é de luto. Mesmo quem não foi afetado diretamente pela água, pela lama, pela chuva está no mesmo espírito de luto", desabafa.
Ela também pontua que "o retorno tem sido necessário e tem sido bom também, porque as pessoas ficam mais próximas, as pessoas se apoiam. É um momento em que muita gente tá precisando falar sobre as suas necessidades, sobre aquele dia, aquela terça-feira, aquele 15 de fevereiro. Então, estar na escola hoje, com as nossas crianças, os nossos colegas, é uma necessidade humana, é uma necessidade também pedagógica mas sobretudo, humana."
A prefeitura de Petrópolis ofereceu aos professores, como parte de preparação para o retorno, uma capacitação para estarem com as crianças e adolescentes, promovida pela Associação da Pedagogia de Emergência no Brasil. O método da Pedagogia da Emergência, utilizado pela organização, procura intervir nas primeiras fases do trauma em crianças que passaram por situações extremas, então oferece aos professores ferramentas e atividades para trabalhar na sala de aula. De acordo com William Boudakian, presidente da Associação da Pedagogia de Emergência no Brasil, o objetivo da capacitação é ajudar a desenvolver a resiliência nos profissionais da educação e estudantes.
A prefeitura de Petrópolis ofereceu aos professores, como parte de preparação para o retorno, uma capacitação para estarem com as crianças e adolescentes, promovida pela Associação da Pedagogia de Emergência no Brasil. O método da Pedagogia da Emergência, utilizado pela organização, procura intervir nas primeiras fases do trauma em crianças que passaram por situações extremas, então oferece aos professores ferramentas e atividades para trabalhar na sala de aula. De acordo com William Boudakian, presidente da Associação da Pedagogia de Emergência no Brasil, o objetivo da capacitação é ajudar a desenvolver a resiliência nos profissionais da educação e estudantes.
* estagiária sob supervisão de Thiago Antunes
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