Alunas do Colégio Carmela Dutra denunciam assédio de professores DIVULGAÇÃO
Publicado 08/03/2022 14:36
Rio - Uma aluna do Instituto Estadual de Educação Carmela Dutra, em Madureira, na Zona Norte do Rio, relatou em depoimento, no fim da manhã desta terça-feira, na 29ª DP (Madureira), como foi um dos assédios sofridos por um professor da escola. Acompanhada de um responsável, a adolescente disse que, ao se aproximar para falar com o docente, ele ficou olhando acintosamente para os seus seios. A estudante ficou constrangida e chegou a cobrir os seios com a mochila, mas o homem continuou olhando.
Uma outra aluna, também acompanhada pelo responsável, prestou depoimento na sexta-feira (4) e relatou que o mesmo professor, citado no depoimento desta terça-feira, colocou a mão no seu ombro, deslizou pelo braço e acariciou maliciosamente a palma da sua mão. As vítimas estão recebendo apoio jurídico de advogados da subseção Madureira/Jacarepaguá da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). 
De acordo com o delegado responsável pelas investigações, Neilson Nogueira, outras três meninas que teriam testemunhado os assédios serão intimadas a depor ainda nesta semana. Professores e membros da direção do Carmela Dutra também serão chamados. 
Até o momento, dois professores do Instituto foram afastados das salas de aulas pela Secretaria Estadual de Educação. A pasta informou que também vai abrir uma sindicância interna para apurar as denúncias. Nesta terça-feira, às 17h, o secretário de estadual de Educação, Alexandre Valle, vai estar no Instituto de Educação Carmela Dutra para acompanhar os desdobramentos e apuração do caso de assédio sexual na unidade.
Relembre o caso
De acordo com relatos de estudantes, que se reuniram em uma manifestação no Parque Madureira no dia 25 de fevereiro, professores tocam nas alunas sem permissão e fazem comentários de cunho sexual. A escola tem como norma o uso do uniforme normalista, ou seja, saia ou calça azul, meia três-quartos e blusa de botão branca. Ainda segundo as meninas, muitos abusadores usam este motivo para justificar os comentários de duplo sentido.
Estudantes do Instituto Carmela Dutra protestam contra casos de assédios sexuais na unidade, localizada em Madureira, Zona Norte do Rio  - Reprodução/Redes Sociais
Estudantes do Instituto Carmela Dutra protestam contra casos de assédios sexuais na unidade, localizada em Madureira, Zona Norte do Rio Reprodução/Redes Sociais
Nas redes sociais, ex-professores e alunos, pais, alunos apoiaram a coragem de denunciar uma situação que, segundo eles, acontecia há algum tempo. "Num ato de coragem GIGANTE, as alunas do Instituto de Educação Carmela Dutra se revoltaram contra professores assediadores"; "Essa luta já vem de anos e nunca fomos ouvidas! Força meninas!!! NOSSO UNIFORME NUNCA FOI E NUNCA SERÁ UM CONVITE!!!"
Uma ex-aluna citou também a omissão da direção da escola ao saber dos assédios que acontecem nos corredores. "Essa movimentação no Carmela foi muito importante, a próxima manifestação deveria ser na porta da secretaria de educação pra promover a retirada da direção que abafa todos os casos de assédio que acontece por anos dentro do Carmela".
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