Estudantes do Instituto Carmela Dutra protestam contra casos de assédios sexuais na unidade, localizada em Madureira, Zona Norte do Rio Reprodução/Redes Sociais

Rio - A Polícia Civil vai investigar uma série de acusações de assédio sexual de professores contra alunas do Instituto Estadual de Educação Carmela Dutra, em Madureira, na Zona Norte do Rio. De acordo com relatos de estudantes, que se reuniram em uma manifestação no Parque Madureira, na tarde de sexta-feira (25), professores tocam nas alunas sem permissão e fazem comentários de cunho sexual. A escola tem como norma o uso do uniforme normalista, ou seja, saia ou calça azul, meia três-quartos e blusa de botão branca. Ainda segundo as meninas, muitos abusadores usam este motivo para justificar os comentários de duplo sentido. 
"É um absurdo a gente ir para a escola procurar uma educação de qualidade e encontrar assédio. Isso é inaceitável. É por isso que a gente está aqui [denunciando]. Queremos uma escola onde as meninas possam circular tranquilamente sabendo que não vão ser assediadas nem dentro e nem fora da escola por causa de seus uniformes", disse uma das alunas durante o protesto.  Segurando cartazes com dizeres "A minha saia não é um convite, é um uniforme" e "Não é fetiche, a minha saia não é convite", estudantes pediram ajuda. 
Ao DIA, o delegado titular da 29ª DP (Madureira), Neilson Nogueira, confirmou que vai ouvir, na quinta-feira (3), as alunas acompanhadas dos seus respectivos responsáveis para iniciar as investigações sobre as acusações de assédio. 
Procurada, a Secretaria Estadual de Educação informou que abriu uma sindicância para apuração do acontecimento. Ressaltou ainda que recebeu uma única denúncia em relação a um professor, que já foi afastado da sala de aula.
Repercussão nas redes sociais
Nas redes sociais, ex-professores e alunos, pais, alunos apoiaram a coragem de denunciar uma situação que, segundo eles, acontecia há algum tempo. "Num ato de coragem GIGANTE, as alunas do Instituto de Educação Carmela Dutra se revoltaram contra professores assediadores"; "Essa luta já vem de anos e nunca fomos ouvidas! Força meninas!!! NOSSO UNIFORME NUNCA FOI E NUNCA SERÁ UM CONVITE!!!"
Uma ex-aluna citou também a omissão da direção da escola ao saber dos assédios que acontecem nos corredores. "Essa movimentação no Carmela foi muito importante, a próxima manifestação deveria ser na porta da secretaria de educação pra promover a retirada da direção que abafa todos os casos de assédio que acontece por anos dentro do Carmela".