Publicado 08/03/2022 14:43 | Atualizado 08/03/2022 15:00
Rio - Em quase seis anos, 871 mulheres foram baleadas na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, segundo dados do Instituto Fogo Cruzado: 321 das vítimas não resistiram e morreram. Em média, 13 mulheres foram baleadas por mês.
Maria Isabel Couto, diretora de programas do Fogo Cruzado, afirma que as mulheres tornam-se duplamente vulneráveis porque além de serem vitimizadas em situações de conflitos nas ruas, elas também podem se tornar alvo dentro de casa.
"A maior circulação de armas no Brasil, somada à diminuição da fiscalização nos últimos anos, são elementos que tornaram as mulheres mais vulneráveis. Nas ruas, elas sofrem os perigos da violência cotidiana, como em casos de balas perdidas. Em casa, há muitos episódios em que o companheiro diz ter uma arma para proteger a família, mas acaba usando essa mesma arma em ameaças e tentativas de feminicídio", afirma.
Entre as vítimas de arma de fogo na Região Metropolitana do Rio, está a modelo Kathlen Romeu. A modelo estava grávida de 14 semanas e foi morta a tiros durante uma operação policial no Complexo do Lins, na Zona Norte do Rio, quando visitava a avó, no dia 8 de junho de 2021. Kathlen não foi exceção: assim como ela, houve outras 18 grávidas baleadas: oito morreram e dez ficaram feridas na Região Metropolitana do Rio.
Já no mês passado, a diarista Jurema Alvares Pinto, de 66 anos, morreu após ser baleada no peito enquanto estava a caminho do trabalho. Na ocasião ela passava de carro junto com o filho pela comunidade Cidade de Deus, Zona Oeste do Rio, quando foi atingida. O disparo teria sido efetuado por traficantes que transitavam pela via no momento.
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