Publicado 28/03/2022 16:31
Rio - Um desabafo emocionado do autônomo Paulo César Gomes da Silva, após seu tio ser assassinado por criminosos fortemente armados, na madrugada desta segunda-feira (28), em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, relatou uma rotina de violência que o Rio de Janeiro vem sofrendo. O gerente de supermercado Evanildo Gomes da Silva, de 63 anos, foi morto com um tiro no pescoço, após ser cercado e atacado por bandidos com fuzis divididos em dois carros. O sobrinho descreveu que se sentiu como na guerra que acontece na Ucrânia, por conta da quantidade de disparos que foram feitos contra a vítima.
"Todo mundo pensando na guerra da Ucrânia com a Rússia, o Brasil é guerra 24 horas. É um inocente morrendo, é um vagabundo morrendo, é um policial morrendo. Onde vamos parar? Isso não vai parar. Hoje foi meu tio, amanhã é um vizinho, amanhã sou eu, amanhã é outro e não vai parar. Isso é no estado todo. A Baixada então, é totalmente esquecida de tudo", lamentou Paulo César.
O autônomo relatou que há cerca de um mês, um homem morreu e um idoso ficou ferido depois de assaltos no bairro Doutor Laureano, onde o crime desta segunda aconteceu. Além de viverem com a insegurança, a família do homem já havia sido vítima de violência. Há aproximadamente 15 anos, Evanildo perdeu um filho policial militar, após ser baleado em serviço.
Informações preliminares dão conta de que o gerente foi vítima de latrocínio. O carro em que ele estava não foi levado e ainda não se sabe se outros pertences foram roubados. O sobrinho da vítima acredita que ele não reagiu ao ataque dos criminosos, mas pode ter se assustado com o armamento pesado e, por isso, tentado fugir. Câmeras de segurança da Rua Virgílio de Mello Franco registraram a ação, que durou pouco mais de um minuto.
Em um vídeo obtido pelo WhatsApp O Dia é possível ver a vítima saindo da garagem de sua residência em um carro preto e seguindo pela via. Logo depois, ele é cercado por um carro vermelho e bandidos armados com fuzis descem em sua direção. Em seguida, as câmeras mostram o veículo de Evanildo dando ré em alta velocidade e atingindo um muro. Após a batida, os criminosos se aproximam do carro e um segundo automóvel com mais homens armados chega e eles disparam contra o carro da vítima. Um criminoso ainda tenta abrir a porta, mas o grupo parece se assustar e foge.
"Reagir, ele não tentou. É que você vê oito 'caras' de fuzil, 5h da manhã, você acorda para trabalhar e o café da manhã 'é' cinco, oito 'fuzil' na sua cara, você vai ficar desesperado. Eu acredito que o único tiro que pegou foi porque o carro é automático, ele deve ter pisado no acelerador e o carro colidiu ali na casa. Acho que fugir, ele não fugiria. Ele tentou parar, mas com aquele susto imenso, a gente não sabe na hora o que a gente faz e, não contentes, os meliantes vieram e deram tiros", lamentou Paulo César.
O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). "Diligências estão sendo realizadas para esclarecer as circunstâncias da morte e a autoria do fato", informou a Polícia Civil. Evanildo deixa esposa, um filho e um casal de netos. O corpo dele será enterrado nesta terça-feira (29), às 9h, no Cemitério Memorial do Rio, na Rodovia Washington Luiz, em Duque de Caxias.
"Todo mundo pensando na guerra da Ucrânia com a Rússia, o Brasil é guerra 24 horas. É um inocente morrendo, é um vagabundo morrendo, é um policial morrendo. Onde vamos parar? Isso não vai parar. Hoje foi meu tio, amanhã é um vizinho, amanhã sou eu, amanhã é outro e não vai parar. Isso é no estado todo. A Baixada então, é totalmente esquecida de tudo", lamentou Paulo César.
O autônomo relatou que há cerca de um mês, um homem morreu e um idoso ficou ferido depois de assaltos no bairro Doutor Laureano, onde o crime desta segunda aconteceu. Além de viverem com a insegurança, a família do homem já havia sido vítima de violência. Há aproximadamente 15 anos, Evanildo perdeu um filho policial militar, após ser baleado em serviço.
Informações preliminares dão conta de que o gerente foi vítima de latrocínio. O carro em que ele estava não foi levado e ainda não se sabe se outros pertences foram roubados. O sobrinho da vítima acredita que ele não reagiu ao ataque dos criminosos, mas pode ter se assustado com o armamento pesado e, por isso, tentado fugir. Câmeras de segurança da Rua Virgílio de Mello Franco registraram a ação, que durou pouco mais de um minuto.
Em um vídeo obtido pelo WhatsApp O Dia é possível ver a vítima saindo da garagem de sua residência em um carro preto e seguindo pela via. Logo depois, ele é cercado por um carro vermelho e bandidos armados com fuzis descem em sua direção. Em seguida, as câmeras mostram o veículo de Evanildo dando ré em alta velocidade e atingindo um muro. Após a batida, os criminosos se aproximam do carro e um segundo automóvel com mais homens armados chega e eles disparam contra o carro da vítima. Um criminoso ainda tenta abrir a porta, mas o grupo parece se assustar e foge.
"Reagir, ele não tentou. É que você vê oito 'caras' de fuzil, 5h da manhã, você acorda para trabalhar e o café da manhã 'é' cinco, oito 'fuzil' na sua cara, você vai ficar desesperado. Eu acredito que o único tiro que pegou foi porque o carro é automático, ele deve ter pisado no acelerador e o carro colidiu ali na casa. Acho que fugir, ele não fugiria. Ele tentou parar, mas com aquele susto imenso, a gente não sabe na hora o que a gente faz e, não contentes, os meliantes vieram e deram tiros", lamentou Paulo César.
O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). "Diligências estão sendo realizadas para esclarecer as circunstâncias da morte e a autoria do fato", informou a Polícia Civil. Evanildo deixa esposa, um filho e um casal de netos. O corpo dele será enterrado nesta terça-feira (29), às 9h, no Cemitério Memorial do Rio, na Rodovia Washington Luiz, em Duque de Caxias.
Ainda não há informações sobre o sepultamento do gerente. Até a tarde desta segunda-feira, familiares ainda não tinham comparecido ao Instituto Médico Legal (IML) de Duque de Caxias para liberar o corpo.
"(Ele era) totalmente do bem, trabalhador, gerente de mercado. Trabalha em um mercado lá em Mesquita. A vida inteira trabalhou, sempre como gerente. Inimigos zero, não era de farra. Segunda a segunda trabalhando, na folga dele, ele gostava de ouvir Roberto Carlos na casa dele. A vizinhança está aqui em choque, porque realmente era uma pessoa que era inocente, um cara super do bem. A família e todo mundo adorava esse cara", descreveu Paulo César, que abalado, fez um apelo para as autoridades e para os autores do crime.
"O meu pedido agora é que os poderes, o governador, os prefeitos, vereadores, se unam, 'dá' uma olhada um pouco para cá e que não deixe esse caso impune. Pode demorar um dia, pode demorar um ano, pode demorar dez anos, mas que paguem pelo que aconteceu. Sei que nada vai voltar atrás a vida do meu tio, mas sempre que acontece um caso desse, a família pede justiça. Infelizmente, é o que eu peço. Justiça e que papai do céu toque no coração de cada um daqueles homens que estavam armados e, infelizmente, pensaram dessa forma, e eles possam refletir que estão matando, ferindo idoso, criança. Um pouco mais de coração, bota amor na vida, na alma, que essa violência vai acabar".
"(Ele era) totalmente do bem, trabalhador, gerente de mercado. Trabalha em um mercado lá em Mesquita. A vida inteira trabalhou, sempre como gerente. Inimigos zero, não era de farra. Segunda a segunda trabalhando, na folga dele, ele gostava de ouvir Roberto Carlos na casa dele. A vizinhança está aqui em choque, porque realmente era uma pessoa que era inocente, um cara super do bem. A família e todo mundo adorava esse cara", descreveu Paulo César, que abalado, fez um apelo para as autoridades e para os autores do crime.
"O meu pedido agora é que os poderes, o governador, os prefeitos, vereadores, se unam, 'dá' uma olhada um pouco para cá e que não deixe esse caso impune. Pode demorar um dia, pode demorar um ano, pode demorar dez anos, mas que paguem pelo que aconteceu. Sei que nada vai voltar atrás a vida do meu tio, mas sempre que acontece um caso desse, a família pede justiça. Infelizmente, é o que eu peço. Justiça e que papai do céu toque no coração de cada um daqueles homens que estavam armados e, infelizmente, pensaram dessa forma, e eles possam refletir que estão matando, ferindo idoso, criança. Um pouco mais de coração, bota amor na vida, na alma, que essa violência vai acabar".
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