Publicado 27/04/2022 09:00 | Atualizado 27/04/2022 14:00
Rio - O corpo de Jonathan Ribeiro de Almeida, de 18 anos, será enterrado às 13h30 desta quarta-feira, no Cemitério de Inhaúma, na Zona Norte do Rio. O jovem morreu após ser baleado na comunidade do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio, na noite desta segunda-feira. Os familiares acusam policiais militares de terem dado o tiro. O rapaz foi levado para a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Manguinhos, mas não resistiu ao ferimento. A Corregedoria da PM está investigando o caso. fotogaleria
Imagens que circulam nas redes sociais mostram Jonathan Ribeiro de Almeida sendo socorrido por moradores em cima de uma motocicleta, entre duas pessoas.
Logo depois que a morte foi confirmada, moradores fizeram um protesto na Avenida Dom Hélder Câmara. Em alguns vídeos divulgados na internet, é possível ver populares ateando fogo em caixas de papelão e montando barricadas em chamas em vários pontos da via, que chegou a ser interditada.
Em nota, a Polícia Militar informou que equipes do Batalhão de Polícia de Choque (BPChq) participaram de uma ocorrência no Jacarezinho, na qual um homem foi ferido. Segundo a corporação, os policiais disseram que não foi possível prestar socorro ao ferido em função da reação de um grupo de moradores que arremessaram pedras e garrafas em direção aos agentes.
Ainda de acordo com a PM, havia certa quantidade de drogas e uma réplica de arma com Jonathan. "As equipes comunicaram a ocorrência de imediato à Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). Paralelamente, o comando da Corporação determinou instauração de procedimento apuratório na Corregedoria Geral da PM. As armas empregadas na ocorrência já estão à disposição da perícia".
"O Jonathan era um menino exemplar, criado por mim, minha mãe e meu pai. Meu filho não tinha envolvimento com nada e estão querendo sujar a imagem do meu menino. Ele foi largado no chão com um tiro e ninguém deu socorro a ele, a não ser a comunidade. Não teve tiroteio, não teve nada, só executaram meu filho, foram embora e largaram ele lá no chão, como se fosse porco, como se ele não tivesse família. O Jonathan tem família, tem uma imagem, um menino de bem. Me sinto injustiçada pelo meu filho, por mim, pela minha índole e criação, pelo o que meu pai e minha mãe ensinaram pra gente. Eles estão caluniando a imagem do meu filho, da minha família. Meu filho não tinha nada a ver com o que eles estão falando", lamentou Monique Ribeiro.
A tia de Jonathan, Iziane, também contestou a versão da PM. "Como que eles estão alegando que meu sobrinho estava com arma e drogas, se eles só chegaram atiraram e foram embora? Meu sobrinho era um menino de bem. Vocês podem parar qualquer pessoa da comunidade pra perguntar isso. Eu to com o coração partido. E agora o que vai ser do filho dele? O que o Governo vai dar? O que a Cidade Integrada vai dar? Como que teve troca de tiros se a comunidade tava ocupada 24 horas? A polícia não respeita a gente, não respeita a nossa família".
A Polícia Civil informou que a DHC foi acionada e apura as circunstâncias da morte de Jonathan Ribeiro. A perícia foi realizada no local e a arma do policial militar foi recolhida para exame pericial. Familiares e testemunhas serão ouvidas pelos agentes.
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