Publicado 10/05/2022 14:44
Rio - Preso nesta terça-feira (10) durante a Operação Calígula, o delegado Marcos Cipriano atua como conselheiro da Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio de Janeiro (Agenersa) desde setembro do ano passado. Delegado há mais de 20 anos, grande parte da carreira como titular da Delegacia Proteção ao Meio-Ambiente (DPMA), ele estava sem cargo na Polícia Civil, mas não deve perder o atual emprego na Agência.
A Agenersa decidiu não comentar a decisão judicial que levou à prisão preventiva do delegado, por não se tratar de fatos relacionados às atividades da Agência e que aconteceram antes de sua nomeação, mas ressaltou que um conselheiro só perde seu mandato caso seja condenado. "De acordo com o artigo 9º da Lei 4.556/2005 o conselheiro somente perde o mandato por condenação judicial transitada em julgado ou condenação em processo administrativo disciplinar", afirmou a Agência, em nota.
A Agenersa decidiu não comentar a decisão judicial que levou à prisão preventiva do delegado, por não se tratar de fatos relacionados às atividades da Agência e que aconteceram antes de sua nomeação, mas ressaltou que um conselheiro só perde seu mandato caso seja condenado. "De acordo com o artigo 9º da Lei 4.556/2005 o conselheiro somente perde o mandato por condenação judicial transitada em julgado ou condenação em processo administrativo disciplinar", afirmou a Agência, em nota.
Em um perfil no Twitter, Cipriano se apresenta como delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro e subsecretário da Secretaria de Estado da Casa Civil. Mas, a pasta informou que ele não ocupa e nunca ocupou o cargo. No Instagram, ele costuma compartilhar registros de viagens e paisagens paradisíacas. O perfil dele está trancado e as publicações são vistas apenas por seguidores autorizados.
Desde o ano passado, o delegado é investigado pela Corregedoria da Polícia Civil por uma ligação telefônica com Ronnie Lessa, apontado por ser o assassino de Marielle Franco e de Anderson Gomes. Na época, ele negou as acusações e acrescentou que a ligação aconteceu antes de Lessa ser acusado pelo homicídio da vereadora e do motorista.
Cipriano foi denunciado por intermediar um encontro entre Ronnie Lessa e a delegada Adriana Belém e seu braço-direito, o inspetor Jorge Luiz Camillo. A reunião resultou em um acordo que viabilizou a retirada em caminhões de quase 80 máquinas caça-níqueis apreendidas em casas de apostas. O pagamento foi providenciado por Rogério de Andrade, também alvo da operação desta terça-feira.
Cipriano foi denunciado por intermediar um encontro entre Ronnie Lessa e a delegada Adriana Belém e seu braço-direito, o inspetor Jorge Luiz Camillo. A reunião resultou em um acordo que viabilizou a retirada em caminhões de quase 80 máquinas caça-níqueis apreendidas em casas de apostas. O pagamento foi providenciado por Rogério de Andrade, também alvo da operação desta terça-feira.
Em depoimento prestado em agosto de 2018, o delegado chegou a negar a acusação, mas assumiu que o encontro aconteceu depois de saber que a investigação tinha dados telemáticos. A denúncia diz que Lessa frequentemente encaminhava mensagens recebidas de Marcos Cipriano para Carlos Eduardo de Almeida da Silva, o "Kadu", apontado como um dos responsáveis pela exploração de jogos de azar, e para Maxwell Simões, o "Suel". Entre os criminosos, ele era chamado pelo apelido "Cipri".
Ao todo, 12 pessoas foram presas na Operação Calígula, 24 pedidos de prisão foram expedidos, 119 mandados de busca e apreensão foram cumpridos e 30 pessoas foram denunciadas.
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