Publicado 19/05/2022 15:51 | Atualizado 19/05/2022 16:29
Rio - O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) irá instaurar um procedimento administrativo para apurar se a Clínica de Reabilitação Caetano Greco, incendiada em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, na última terça-feira (17), irá continuar com a prática de modificar seu nome e de mudar sua sede de endereço, voltando a funcionar de modo irregular e ilegal. Ao todo, duas pessoas morreram e outras sete ficaram feridas — quatro delas estão em estado grave.
De acordo com o órgão, já havia um pedido para a interdição do local. "Em maio de 2021, o MPRJ informou que a instituição ré, com o intuito de escamotear o seu funcionamento irregular, tinha modificado o nome da 'Comunidade Terapêutica'. Na oportunidade, o Ministério Público reiterou pedidos ao Juízo no sentido de intimar a instituição executada para cumprir as determinações constantes na sentença sob pena de multa diária no valor de R$ 500; oficiar à Secretaria Municipal de Saúde de Nova Iguaçu dando ciência sobre a decisão de interdição; requerer diligência de verificação a ser cumprida por Oficial de Justiça na instituição executada", dizia um trecho da decisão.
O MPRJ cita ainda que o Juízo da 5ª Vara Cível da Comarca de Nova Iguaçu deferiu seus pedidos, "porém só ordenou a expedição de mandado de intimação para que a instituição ré cumprisse as determinações elencadas na sentença, sob pena de multa diária acima referida. O Oficial de Justiça, no local da sede da instituição ré, não encontrou seu representante legal e firmou uma certidão negativa. Os autos viriam para o Ministério Público para manifestação por agora".
Por fim, esclareceu que diante do cenário que se apresentou [incêndio], "juntará aos autos documentos relativos a este episódio e requererá a imediata intimação da instituição ré para cumprir de forma integral o decisum, sob pena da incidência da multa diária citada [R$500], bem como pleiteará a imediata expedição de mandado de verificação, para fins de ratificar se a Clínica de Reabilitação Caetano Greco foi de fato interditada pela Secretaria Municipal de Saúde de Nova Iguaçu".
O local foi fechado pela Vigilância Sanitária nesta quarta-feira (18). A Secretaria Municipal de Saúde determinou que os pacientes sejam transferidos para outra unidade conveniada à clínica. Além disso, equipes do setor de saúde mental vão fazer uma força-tarefa para atender cada caso e verificar a possibilidade de alta ou tratamento em casa. Caso a transferência não seja feita por parte da clínica, os pacientes que necessitarem de internação serão inseridos no Sistema Estadual de Regulação, do governo do estado, para continuar o tratamento.
Mortos e feridos
O incêndio na Clínica de Reabilitação Caetano Greco deixou duas pessoas mortas e outras sete feridas. Luiz dos Santos Renato Melo, que também é paciente do espaço, teria sido o responsável por atear fogo ao local, segundo a Polícia Militar. Ele recebeu voz de prisão e foi socorrido sob custódia para o Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias.
Um dos mortos é Davi da Silva, de 28 anos, ele morreu ainda na unidade de saúde vítima de queimaduras de segundo e terceiro graus. Jonas Ferreira da Silva, de 33, chegou a ser socorrido para o Hospital da Posse, em Nova Iguaçu, mas já deu entrada na unidade intubado e com estado delicado. Ele passou por atendimento durante toda a noite, mas na madrugada desta quarta-feira (18) acabou não resistindo aos ferimentos.
Vitor Paulo Teles da Silva, de 22 anos, e Vitor dos Santos, de 23, também foram socorridos para a unidade de saúde na cidade da Baixada Fluminense. Os dois sofreram queimaduras de primeiro grau no rosto, foram atendidos na emergência e estão internados em estado estável de saúde.
Outras quatro vítimas sendo um adolescente de 15 anos, que não teve sua identidade revelada, o jovem Gian Carvalho, de 19 anos, Richard Fernandes, de 23, e Douglas dos Santos, de 26, foram atendidas no local pelo Corpo de Bombeiros e levadas para o Hospital Pedro II, em Santa Cruz, na Zona Oeste. A unidade é referência no tratamento de queimados.
O DIA ainda não tem informações sobre a data e o local do enterro das vítimas fatais.
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