O vereador Gabriel Monteiro (PL) é investigado pelo Conselho de Ética da Câmara dos Vereadores do RioSandro Vox / Agência O Dia
Publicado 24/06/2022 14:01
Rio - O vereador Gabriel Monteiro (PL) foi denunciado pelo Ministério Público do Rio (MPRJ) por importunação e assédio sexual no último dia 14. De acordo com a denúncia, protocolada pela 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Territorial da área Zona Sul e Barra da Tijuca, os crimes foram cometidos contra a ex-assessora Luiza Caroline Bezerra Batista, de 26 anos. Na segunda-feira (20), o Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) recebeu a denúncia e o vereador passou a ser réu.
Gabriel também passa por um processo de cassação de mandato no Conselho de Ética da Câmara Municipal dos Vereadores do Rio por quebra de decoro parlamentar. Além disso, ele é investigado por estupro, assédio a outros funcionários e por forjar vídeos na internet.
A ex-assessora do vereador e youtuber Gabriel Monteiro, Luiza Caroline Bezerra Batista, prestou depoimento ao Conselho de Ética - Sandro Vox/Agência O Dia
A ex-assessora do vereador e youtuber Gabriel Monteiro, Luiza Caroline Bezerra Batista, prestou depoimento ao Conselho de ÉticaSandro Vox/Agência O Dia
As denúncias de assédio e estupro já estavam sendo investigadas pela Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM) de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, no final de março deste ano. Na ocasião, em reportagem ao Fantástico, da TV Globo, duas das mulheres, que não quiseram se identificar, contaram que os episódios de abuso sexual cometidos pelo parlamentar aconteceram quando ele ainda era da Polícia Militar do Rio. Na época, uma das vítimas tinha apenas 16 anos.
A vítima, que era menor de idade, relatou ao programa que foi convidada a uma festa na casa de Monteiro. Quando chegou no local, viu uma mulher sendo espancada pelo parlamentar, que também teria sido convidada para a comemoração na casa dele. Depois que a situação ficou mais calma, eles fizeram um lanche e ele as convidou para fazer sexo a três.
"Ele foi e falou: vamos para o quarto. Eu falei: eu não quero. Vamos, vai ser legal, por favor, por favor. Aí ela veio também, me chamou e eu fui. Com medo, porque ele tinha acabado de tentar matar ela na minha frente. Eu fui", lembrou.
Já ex-assessora Luiza, que realizava gravações para as redes sociais, expôs que ele a abraçava por trás, beijava seu rosto, dizia que a amava e andava nu próximo a ela. Ela ainda conta que após sete meses trabalhando com Monteiro, precisou procurar um psiquiatra por conta de tudo que estava passando com ele. De acordo com a assistente de produção, algumas das situações inconvenientes estão registradas em vídeo.

"Dá pra ver que ele chegava a passar (a mão). Eu falava: Gabriel, não gosto de gravar esses vídeos, você sabe. E toda vez ele ficava descendo a mão. Cansou de passar a mão na minha bunda. E eu segurando a mão dele. Pedindo e pedindo. (...) Eu queria tirar minha própria vida, porque eu me sentia culpada".
Réu após filmar sexo com adolescente
O vereador virou réu depois que a Justiça do Rio aceitou a denúncia feita em 8 de abril pelo MPRJ por filmagem feita por ele tendo relações sexuais com uma adolescente de 15 anos. No documento, o órgão pedia que o parlamentar fosse condenado pelo crime.
O juiz em exercício Marcelo Almeida de Moraes Marinho, do VII Juizado da Violência Doméstica, afirmou que estão "presentes na denúncia pressupostos legais autorizadores do exercício do direito de ação penal".
À época da denúncia, o Ministério Público alegou que "de forma livre e consciente, Gabriel filmou através de telefone celular cena de sexo explícito". A ação apontava que a vítima e o parlamentar se conheceram em uma academia no condomínio de luxo onde o vereador mora. O MPRJ ainda salientou que os dois trocaram mensagens pelo celular e que Gabriel chamou a adolescente para ir até a sua mansão, localizada na Barra da Tijuca, na Zona Oeste.
Em nota, os advogados do vereador Gabriel Monteiro, Sandro Figueiredo e Pedro Henrique Santos, afirmam que a denúncia de assédio dos ex-assessores foi desmentida por funcionários do vereador na delegacia. Sobre a denúncia em que virou réu, a defesa disse: "vale ressaltar ainda que a mesma só registrou a ocorrência horas antes da reportagem do Fantástico ir ao ar".
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