Publicado 24/08/2022 08:51 | Atualizado 24/08/2022 11:58
Rio - O Corpo de Bombeiros retomou, na manhã desta quarta-feira (24), as buscas pelos jovens que desapareceram em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Militares do quartel de Seropédica e mergulhadores do quartel da Barra da Tijuca vão procurar pelos rapazes no Rio Capenga, no bairro KM 32, onde foram encontrados outros dois corpos entre a segunda (22) e a terça-feira (23). Matheus Costa da Silva, de 21 anos, Douglas de Paula Pampolha dos Santos, 22, Adriel Andrade Bastos, 24, e Jhonatan Alef Gomes Francisco, 29, foram vistos pela última vez em 12 de agosto.
Também nesta quarta-feira, familiares dos jovens estiveram no Posto Regional de Polícia Técnico-Científica (PRPTC) de Nova Iguaçu e reconheceram o corpo de Adriel Andrade Bastos, de 24 anos, encontrado no fim da manhã de ontem no rio. No mesmo local, na segunda-feira, Matheus foi encontrado sem vida. Parentes dele estiveram no Instituto Médico Legal (IML) do município nesta terça-feira e reconheceram o rapaz por uma tatuagem em homenagem ao avô. Ainda não há informações sobre o sepultamento da vítima.
Sem esperanças de encontrar o filho vivo, o pai de Jhonatan, o pintor Ronaldo de Oliveira Francisco, de 50 anos, declarou que esperava que o segundo corpo encontrado fosse o dele. O homem, que tem o nome do rapaz gravado no antebraço, relatou que vai conseguir reconhecê-lo por uma tatuagem de cruz no braço esquerdo. Mais novo de cinco irmãos, o jovem completaria 30 anos em setembro e morava com os amigos.
"O meu filho sempre foi trabalhador. Uma pessoa calma, um garoto calmo. Ele faria 30 anos no mês que vem, dia 29. Ele estava morando, atualmente, com os colegas. Faziam as festinhas deles, trabalhavam. Na realidade, pelos relatos, eu não tenho esperanças. Estou querendo ver se é ele, para poder ter um enterro digno, acabar com essa angústia (...) Eu quero que seja ele, para acabar com minha angústia, da família, porque dói muito. Não desejo isso para ninguém", desabafou Ronaldo.
Amigos de infância, Matheus, Douglas, Adriel e Jhonatan seguiam para um shopping em um carro de aplicativo, quando foram abordados e sequestrados por criminosos, no bairro Valverde. O motorista não foi levado com eles. A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) investiga se o uso e tráfico de drogas pelas vítimas na região que é dominada pela milícia de Danilo Dias Lima, o Tandera, motivou o crime. A versão é contestada pelas famílias, que negam o envolvimento dos jovens com o crime organizado.
"Eu não creio nessa versão, meu filho sempre foi trabalhador. Eu não tenho essa informação que meu filho mexia com essas coisas. Eu creio que meu filho sempre foi trabalhador, nunca vi nada de errado da parte dele, sempre estava de boa, sempre trabalhando de pintura. Ele não tem nenhum envolvimento, sempre foi trabalhador", ressaltou o pai de Jhonatan, que disse ainda acreditar que os rapazes foram confundidos.
"Estavam na hora errada, no momento errado, eu creio nisso. Ou foram confundidos com outro grupo de colegas que andavam juntos e faziam coisa errada. Você cria um filho e, ainda mais nessa circunstância, ter que reconhecer (o corpo), não poder nem dar um beijo, porque está em decomposição, é muito dolorido", completou o pintor.
"Estavam na hora errada, no momento errado, eu creio nisso. Ou foram confundidos com outro grupo de colegas que andavam juntos e faziam coisa errada. Você cria um filho e, ainda mais nessa circunstância, ter que reconhecer (o corpo), não poder nem dar um beijo, porque está em decomposição, é muito dolorido", completou o pintor.
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