Corpo de Matheus Costa da Silva, de 21 anos, é sepultado na Baixada FluminenseReprodução/Redes socias
Publicado 24/08/2022 16:54
Rio - Familiares de Matheus Costa da Silva, de 21 anos, se despediram do jovem, na tarde desta quarta-feira (24), no Cemitério de Olinda, em Nilópolis, na Baixada Fluminense. A angústia e espera para que o corpo fosse encontrado só teve fim na manhã de terça-feira (23), quando parentes de Matheus reconheceram seu corpo no Instituto Médico Legal (IML) de Nova Iguaçu por causa de uma tatuagem em homenagem ao avô. A cerimônia, que aconteceu às 15h, foi reservada para parentes da vítima.
Em uma imagem compartilhada nas redes sociais, a mãe do jovem, Ana Maria Costa, disse que o filho era muito amado por todos e que iria sentir sua falta. "Você estará sempre em nossos corações", dizia um trecho da homenagem.
O corpo dele e do segundo desaparecido, identificado como sendo o de Adriel Andrade Bastos, de 24 anos, foram encontrados no Rio Capenga, também em Nova Iguaçu, durante uma operação de buscas do Corpo de Bombeiros e da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). Adriel será enterrado no Cemitério Municipal de Nova Iguaçu, às 14h.
As buscas tiveram continuidade na manhã desta quarta-feira (24), no mesmo rio, e seguem na parte da tarde. As equipes acreditam que os corpos de Douglas de Paula Pampolha dos Santos, 22, e Jhonatan Alef Gomes Francisco, 29, também tenham sido jogados no rio.
Assim que soube que o primeiro corpo encontrado era do seu filho, Ana Maria disse, na entrada do IML, que não deseja o mal dos responsáveis pelo crime, mas que não pode perdoá-los.

"Eu não tive coragem de ver. É meu filho. Eu só peço que Deus dê paz para eles, porque eu acho que eles não têm paz. Porque a gente não tem paz sabendo que nosso filho está do jeito que está. Eu só peço que Deus perdoe eles, porque perdoar, eu não tenho como. Eu não desejo mal de ninguém, de verdade. Eu só queria achar meu filho mesmo", lamentou.

Segundo ela, há indícios de que Matheus teve o corpo furado após ser morto, para que afundasse no rio, o que também pode ter acontecido com os outros desaparecidos. Segundo a mãe, o jovem trabalhava como pintor e tinha o sonho de abrir um estúdio. Ela descreveu o filho como brincalhão e disse que ele era querido por todos.

"O Matheus era uma criança grande, era brincalhão, era animado, amigo de todos. Todo mundo gostava dele. O Matheus é um menino muito bom (...) Era um menino muito carinhoso, que procurava ajudar todo mundo. Me ajudava muito, também, ele era meu braço direito, eu contava muito com o meu filho", desabafou a balconista.

A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) investiga se o uso e venda de drogas nos locais dominados pela milícia de Danilo Dias Lima, o Tandera, pode ter sido a causa da emboscada que teria levado a execução de Matheus, Douglas, Adriel e Jhonatan. O parente de um dos desaparecidos confirmou ao DIA que o irmão faz uso de cigarro, bebida alcoólica e maconha, mas que não traficava. A versão também foi contestada por Ana Maria.
 

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