Bombeiros retomam buscas por jovens desaparecidos em Nova Iguaçu
Equipes pretendem localizar rapazes no Rio Capenga, onde dois corpos já foram encontrados. Familiares foram ao IML para reconhecimento de um deles nesta quarta-feira
Ronaldo de Oliveira Francisco, pai de Jhonatan, espera que corpo encontrado seja do filho - Reginaldo Pimenta/Agência O Dia
Ronaldo de Oliveira Francisco, pai de Jhonatan, espera que corpo encontrado seja do filhoReginaldo Pimenta/Agência O Dia
Sem esperanças de encontrar o filho vivo, o pai de Jhonatan, o pintor Ronaldo de Oliveira Francisco, de 50 anos, declarou que esperava que o segundo corpo encontrado fosse o dele. O homem, que tem o nome do rapaz gravado no antebraço, relatou que vai conseguir reconhecê-lo por uma tatuagem de cruz no braço esquerdo. Mais novo de cinco irmãos, o jovem completaria 30 anos em setembro e morava com os amigos.
"O meu filho sempre foi trabalhador. Uma pessoa calma, um garoto calmo. Ele faria 30 anos no mês que vem, dia 29. Ele estava morando, atualmente, com os colegas. Faziam as festinhas deles, trabalhavam. Na realidade, pelos relatos, eu não tenho esperanças. Estou querendo ver se é ele, para poder ter um enterro digno, acabar com essa angústia (...) Eu quero que seja ele, para acabar com minha angústia, da família, porque dói muito. Não desejo isso para ninguém", desabafou Ronaldo.
Amigos de infância, Matheus, Douglas, Adriel e Jhonatan seguiam para um shopping em um carro de aplicativo, quando foram abordados e sequestrados por criminosos, no bairro Valverde. O motorista não foi levado com eles. A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) investiga se o uso e tráfico de drogas pelas vítimas na região que é dominada pela milícia de Danilo Dias Lima, o Tandera, motivou o crime. A versão é contestada pelas famílias, que negam o envolvimento dos jovens com o crime organizado.
"Eu não creio nessa versão, meu filho sempre foi trabalhador. Eu não tenho essa informação que meu filho mexia com essas coisas. Eu creio que meu filho sempre foi trabalhador, nunca vi nada de errado da parte dele, sempre estava de boa, sempre trabalhando de pintura. Ele não tem nenhum envolvimento, sempre foi trabalhador", ressaltou o pai de Jhonatan, que disse ainda acreditar que os rapazes foram confundidos.
"Estavam na hora errada, no momento errado, eu creio nisso. Ou foram confundidos com outro grupo de colegas que andavam juntos e faziam coisa errada. Você cria um filho e, ainda mais nessa circunstância, ter que reconhecer (o corpo), não poder nem dar um beijo, porque está em decomposição, é muito dolorido", completou o pintor.
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