Daiana está internada no Hospital de Bonsucesso, onde já passou por quatro cirurgiasArquivo Pessoal
Publicado 29/08/2022 14:27
Rio - Após um mês e oito dias internada no Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), Daiana Chaves Cavalcante, de 36 anos, que acusa o cirurgião Bolívar Guerrero de mantê-la em cárcere privado, recebeu alta médica nesta segunda-feira (29). O médico equatoriano está preso desde o último dia 18 de julho no presídio Pedrolino Werling de Oliveira (Bangu 8), no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste.

"Ela ainda precisa de cuidados. A ferida tem uma parte que ainda está superficial e precisa de cuidados, medicamentos. O Hospital de Bonsucesso fez contato com uma clínica da família próxima lá e essa clínica vai estar auxiliando durante a semana", explicou o advogado da vítima, Ornélio Mota.

Segundo ele, a defesa busca na Justiça recursos congelados do Hospital Santa Branca, em Duque de Caxias, para custear o tratamento em casa — Daiana foi mantida em cárcere privado pelo médico na unidade de saúde na Baixada Fluminense após complicações graves de um procedimento estético. 


"A defesa está peticionando hoje após receber o laudo do médico, junto a quinta Vara Cível, onde corre o processo contra a clínica na reparação cível e contra o médico Bolívar. Vamos estar peticionando a juíza para que seja liberado ou disponibilizado parte de valores que foram bloqueados pela justiça", explicou. O advogado diz que, se liberados, os valores servirão para custear as despesas com homecare e psicólogos. 
Daiana foi internada no Hospital Federal de Bonsucesso e precisou passar por duas cirurgias corretivas. "Inicia-se uma nova fase da Daiana. Agora já não correndo mais risco de morte, recebendo alta. É claro que ela vai precisar de cuidados", completou Ornélio.

A demanda da defesa será enviada para a 5ª Vara Cível da Comarca de Duque de Caxias, a mesma que decidiu pela aprovação do mandado de prisão do médico. Guerrero está preso desde o último dia 18 de julho acusado de tentativa de homicídio e cárcere privado. 

O caso de Daiana não é o primeiro enfrentado pelo médico. Em levantamento feito pelo O DIA junto à Justiça, foram localizados pelo menos 20 processos de pacientes contra Guerrero por parte de pacientes que denunciaram erros médicos em procedimentos estéticos.

Em 2010, ele já havia sido preso pela Polícia Civil no âmbito da Operação Beleza Pura, que localizava médicos acusados de utilizar substância botulínica não autorizada pela Anvisa, além de outros produtos falsificados.
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