O cirurgião plástico equatoriano Bolivar Guerrero Silva, de 63 anos, foi preso sob acusação de manter uma paciente em cárcere privadoReginaldo Pimenta/Agência O DIA

O cirurgião plástico equatoriano Bolivar Guerreiro Silva teve sua prisão temporária prorrogada por mais 25 dias a pedido do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da 3ª Promotoria de Investigação Penal Territorial do Núcleo Duque de Caxias. Ele é acusado de manter em cárcere privado a paciente Daiana Chaves Cavalcanti, de 36 anos, no Hospital Santa Branca, em Duque de Caxias, depois de complicações em um procedimento estético.
Depois de analisar os autos do inquérito policial, a promotora de Justiça Cláudia Portocarrero entendeu que há indícios fortes de que o médico assumiu o risco de matar a vítima e, portanto, teria cometido um crime mais grave, o de homicídio qualificado na modalidade tentada, hediondo. O caso foi encaminhado ao Tribunal do Júri de Duque de Caxias.
Inicialmente, o inquérito policial foi instalado para apurar lesão corporal de natureza grave contra a paciente, além de associação criminosa e cárcere privado.

"O atuar doloso do indiciado e a irresponsabilidade completa, a vilania, a torpeza de motivo para a prática do delito, a ganância, o objetivo de ganhos financeiros em detrimento da saúde da vítima, submetida a cirurgias sucessivas, inclusive para fins estéticos, que jamais poderiam ter sido levadas a efeito, restam indicados nos autos", escreveu a promotora em sua decisão.

O pedido de prorrogação da prisão foi aceito pela 4ª Vara Criminal da Comarca de Duque de Caxias e os autos encaminhados à Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Caxias para cumprimento de diversas diligências que o Ministério Público entendeu necessárias para a conclusão das investigações e o oferecimento da denúncia.