Publicado 01/11/2022 18:06
Rio – Uma reunião marcada para esta terça-feira (1º), entre a Defensoria Pública do Rio de Janeiro e a família do adolescente Lorenzo Dias Palhinhas, 14 anos, morto no Complexo do Chapadão, na Zona Norte, no último dia 27, foi adiada pois a mãe do menino, Celline Dias, não estava se sentindo bem.
Mais cedo, em um novo protesto realizado por familiares em frente à 39ª DP (Pavuna), Celline desabafou que tem sofrido mais por ter também que comprovar que o filho era inocente: "Além de eu estar sofrendo com a morte do meu filho, eu tenho que está sofrendo todo dia pra provar que ele é inocente e é isso que me dói mais, porque se ele fosse envolvido eu ia falar que era consequência da vida que ele escolheu, mas meu filho não era. Está sendo muito difícil", lamentou.
Celline também comentou que não sabe como seguir a vida sem seu primogênito e que o filho mais novo, de apenas 3 anos, sente muita falta do irmão.
"Não sei como seguir a vida. Eu não sei o que vou fazer porque ainda tenho que ter forças, tenho uma criança de três anos que está com febre, porque ele está sentindo saudade do irmão. Ele acorda falando que a polícia matou o Lorenzo e eu tenho que falar que o irmão dele virou uma estrela (...) então está sendo muito difícil, ainda mais porque só morávamos nós três. E eu fico mais indignada porque eles viram que fizeram besteira e querem colocar a culpa no meu filho, tanto que não era nem para eles terem ido lá. a operação era só na Vila Kennedy", afirmou.
O ato desta terça-feira (1º) foi realizado para tentar provar a inocência do adolescente que morreu após ser baleado durante uma operação da Polícia Rodoviária Federal (PRF). A ação tinha sido realizada para localizar os suspeitos da morte do agente da Polícia Rodoviária Federal, Bruno Vanzan Nunes, de 41 anos, em uma tentativa de assalto na Transolímpica, próximo à Vila Militar, na Zona Oeste.
"Não sei como seguir a vida. Eu não sei o que vou fazer porque ainda tenho que ter forças, tenho uma criança de três anos que está com febre, porque ele está sentindo saudade do irmão. Ele acorda falando que a polícia matou o Lorenzo e eu tenho que falar que o irmão dele virou uma estrela (...) então está sendo muito difícil, ainda mais porque só morávamos nós três. E eu fico mais indignada porque eles viram que fizeram besteira e querem colocar a culpa no meu filho, tanto que não era nem para eles terem ido lá. a operação era só na Vila Kennedy", afirmou.
O ato desta terça-feira (1º) foi realizado para tentar provar a inocência do adolescente que morreu após ser baleado durante uma operação da Polícia Rodoviária Federal (PRF). A ação tinha sido realizada para localizar os suspeitos da morte do agente da Polícia Rodoviária Federal, Bruno Vanzan Nunes, de 41 anos, em uma tentativa de assalto na Transolímpica, próximo à Vila Militar, na Zona Oeste.
Segundo a PRF, os agentes conseguiram "neutralizar" Lorenzo, que havia atirado junto com outros criminosos contra a viatura dos agentes ao entrarem na região.
O órgão alega que o jovem era integrante do tráfico de drogas e teria trocado tiros com os agentes, mas a família contesta a versão e afirma que o menino, mesmo tão jovem, trabalhava como entregador.
Celline, mãe de Lorenzo, afirmou que o adolescente estava na garupa de um colega com a mochila de entregador quando foi atingido por um tiro na cabeça enquanto estava de costas.
Celline, mãe de Lorenzo, afirmou que o adolescente estava na garupa de um colega com a mochila de entregador quando foi atingido por um tiro na cabeça enquanto estava de costas.
"No dia que tudo aconteceu, a menina para quem ele trabalha me ligou, ela falou que ele tinha sido baleado, eu peguei a moto e subi a rua, quando cheguei meu filho estava estirado no chão. Ele ficou muito tempo lá, porque tínhamos que esperar a perícia, que não aconteceu, depois choveu, a hora foi passando e eles (os policiais) queriam levar o corpo dele, mas eu não deixei porque fiquei com medo, porque já estavam falando que meu filho era bandido, e se eles levassem podiam fazer alguma coisa pra incriminar ele, ai eu não deixei. A gente teve apoio do vereador Luiz Vieira (PL) que conseguiu um carro e a gente mesmo arrumou o corpo e levou para o Hospital Carlos Chagas", relatou.
"Quando ele foi baleado, antes de falecer, ele falou para o amigo dele correr para não ser morto e me avisar que ele tinha sido baleado. Mas quando eu cheguei não deu mais tempo. E eles não foram socorrer meu filho, só apareceram lá quando teve manifestação. Eu estava com meu filho de três anos quando soube e ele acabou vendo (...) agora ele fala: Mãe, a polícia matou o Lorenzo", complementou.
O protesto desta terça-feira (1º) foi marcado por uma motociata formada por mototaxistas. Debaixo de chuva, os condutores carregaram bolas brancas e buzinaram para chamar atenção. Além disso, familiares e amigos também carregaram cartazes com frases como "Justiça", "Que era pra proteger vem pra matar", "Contra genocídio da juventude" e "Lorenzo era só uma criança".
O protesto desta terça-feira (1º) foi marcado por uma motociata formada por mototaxistas. Debaixo de chuva, os condutores carregaram bolas brancas e buzinaram para chamar atenção. Além disso, familiares e amigos também carregaram cartazes com frases como "Justiça", "Que era pra proteger vem pra matar", "Contra genocídio da juventude" e "Lorenzo era só uma criança".
O avô de Lorenzo, Fernando Francisco Palhinhas, 55 anos, também desabafou sobre o sentimento de tristeza e injustiça:
"Sentimento de dor, tristeza, de injustiça, ele era trabalhador, querido, todo mundo gostava dele, ele entregava lanche para todos esse pessoal da moto. Às vezes eu dava bola pra ele, os amiguinhos furavam e ele falava que não tinha problema porque o importante era a amizade, e ele tinha muito amigos. Nós queremos justiça, vamos no MP, fazer bastante manifestação para não cair no esquecimento, para provar que Lorenzo não era traficante. Além da perda que dói ainda tenho que provar que ele era inocente", disse.
Ele ainda retratou como teria acontecido a situação e reforçou que o neto estava trabalhando fazendo entregas de lanches na comunidade.
"Lorenzo estava entregando lanche, a PRF abordou ele e um colega, ele estava na garupa, de acordo com testemunhas os policiais pegaram o lanche dele e mandaram eles subiram, quando eles subiram o policial alvejou ele na cabeça de fuzil e disse que ele estava trocando tiro, mas não estava, ele estava com a mochila de lanche e quando ele caiu ele estava com 10 reais na mão de uma entrega que ele tinha feito", contou.
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