Publicado 23/11/2022 16:47 | Atualizado 23/11/2022 17:16
Rio - A família do menino Ney Kayque Lourenço de Araújo, de 11 anos, baleado na cabeça em um ataque a tiros contra o carro da sua família no último dia 13, disse estar vivendo refém do medo após o crime. Sem informações sobre a motivação do atentado ou a identidade dos suspeitos, o pai da criança, Henrique Nóbrega, de 32 anos, disse ao DIA que procurou a 64ª DP (São João de Meriti) para receber informações sobre a investigação, mas não foi atendido pelos investigadores.
"Está muito lenta as investigações, os policiais já pegaram o projétil, já pegaram a filmagem e até agora nada. Queríamos muito que o Ministério Público do Rio pegasse esse caso", disse Henrique.
Ney Kayque, a mãe, o padrasto e outros dois amigos da família voltavam de um aniversário, em Vilar dos Teles, quando foram surpreendidos por outro veículo que emparelhou com o deles. Em seguida, um homem efetuou os disparos e a criança foi atingida na cabeça.
"O padrasto não está trabalhando com medo de retaliação, ele não sabe o que aconteceu realmente, quem foi ou a motivação. A gente tem medo que o carro tenha sido confundido ou que um dos amigos que estava no carro tenha sido confundido com outra pessoa. Assalto a gente tem certeza que não foi. Agora a família está toda com medo", diz Henrique. Ainda segundo ele, o padrasto tem família no bairro onde aconteceu o ataque e desde então não consegue mais retornar para ver os parentes, pois sente medo.
O caso está sendo investigado pela 64ª DP (São João de Meriti) e, de acordo com a unidade, o veículo que Ney estava passou por perícia e todas as testemunhas foram ouvidas. Questionada, a delegacia não informou qual a principal linha de investigação, mas ressaltou que agentes realizam diligências para esclarecer os fatos.
Procurado, o Ministério Público do Rio (MPRJ) solicitou o número do inquérito para apurar se o órgão está acompanhando o caso. Em atualização.
Criança não corre mais risco
Ney Kayque foi foi extubado no início desta semana e seu quadro de saúde passou de gravíssimo para estável. Na terça-feira (22), o menino foi transferido para o Hospital Caxias D'or, localizado no mesmo município. As informações são da direção do Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, onde o menino estava internado. A criança chegou na unidade com uma bala ficou alojada na cabeça e precisou passar por cirurgia de emergência. Por pelo menos cinco dias, ele ficou internado em estado gravíssimo.
O menino é considerado um milagre pelos médicos e pela família, que viveu uma grande angústia nos últimos dias. "Ele está com estresse pós-traumático, infelizmente não está falando ainda, mas está se esforçando muito. O que aconteceu com ele é um milagre. Acordar, se mexer... só tem uma semana disso tudo. Temos também que agradecer a todos que fizeram uma corrente de oração, a família está aliviada sabendo que ele está fora de risco. Não temos mais aquela sensação de perda, de medo", disse o pai da criança.
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