Publicado 01/12/2022 16:52 | Atualizado 01/12/2022 17:23
Rio - A família do menino Ney Kayque Lourenço de Araújo, de 11 anos, baleado na cabeça em um ataque a tiros contra o carro da sua família no dia 13 de novembro, presenciou um momento emocionante nesta quinta-feira (1º). Depois de 18 dias internado, ele ficou de pé pela primeira vez e chorou ao reencontrar o irmão mais novo, Arthur Eduardo, de 5 anos.
Segundo o pai dos meninos, Henrique Nóbrega, de 32 anos, o mais novo vai precisar passar por tratamento psicológico. "Eles são muito apegados, tanto que ele fica chamando em áudio o Ney, falando que quer o irmão para brincar com ele. O Arthur não quer comer e fica bem agitado também", disse Henrique, muito preocupado.
Ney está internado no CTI do Hospital Caxias D'Or de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e faz sessões de fisioterapia nas mãos e na língua para recuperar a falas, além de fonoaudiologia para tratar das sequelas pós crime. Até o momento, o paciente não tem previsão para receber alta. Inicialmente, o menino iniciou o tratamento no Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, em Saracuruna. Na unidade, ele ficou cinco dias internado em estado gravíssimo e passou por uma cirurgia de emergência.
Família segue sem informações sobre as investigações
Reféns do medo, a família de Ney desabafou ao DIA que desde o ocorrido, a Polícia Civil não repassou nenhuma informação sobre as investigações. Ainda não se sabe também a motivação do atentado ou a identidade dos suspeitos. O caso está sendo investigado sob sigilo na 64ª DP (São João de Meriti). "O autor dos disparos está solto. E o pior é que o padrasto e a família estão com medo, pois o local onde aconteceu o ataque é uma área dominada por milicianos", relata.
Ney Kayque, a mãe, o padrasto e outros dois amigos da família voltavam de um aniversário, em Vilar dos Teles, quando foram surpreendidos por outro veículo que emparelhou com o deles. Em seguida, um homem efetuou os disparos e a criança foi atingida na cabeça.
Considerado um milagre
O menino Ney é considerado um milagre pelos médicos e pela família, que viveu uma grande angústia nos últimos dias. "Ele está com estresse pós-traumático, infelizmente não está falando ainda, mas está se esforçando muito. O que aconteceu com ele é um milagre. Acordar, se mexer... Temos também que agradecer a todos que fizeram uma corrente de oração, a família está aliviada sabendo que ele está fora de risco. Não temos mais aquela sensação de perda, de medo", disse o pai da criança.
Relembre o caso
O menino, a mãe, o padrasto e outros dois amigos da família voltavam de um aniversário, no mesmo bairro, quando foram surpreendidos por outro veículo que emparelhou com o deles. Em seguida, um homem efetuou os disparos e a criança foi atingida na cabeça.
O pai de Ney detalhou o ocorrido durante a ida até a delegacia: "Eles estavam voltando de um churrasco da avó do padrasto. No caminho, quando reduziram para passar por um quebra-molas, o homem no outro carro olhou, viu que o vidro estava abaixado, e simplesmente atirou", disse. Segundo o pai, a mãe do menino gritou que tinha uma criança e, em seguida, desmaiou. "O amigo do padrasto acelerou e levou meu filho para a UPA de São João de Meriti. Quando os médicos perceberam que se tratava de um caso grave, com perda de massa encefálica, transferiram para o Hospital Adão Pereira Nunes", contou.
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