Rogério de Andrade vai cumprir medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrÎnicaReprodução/Record TV Rio
Publicado 22/12/2022 14:45 | Atualizado 22/12/2022 15:03
Rio - O contraventor Rogério de Andrade e Silva deixou a Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira, Bangu 8, no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste, na tarde desta quarta-feira (22), após uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) conceder liminar para substituir a prisão preventiva por medidas cautelares. O alvará de soltura do bicheiro foi expedido na terça-feira (20) pela juíza Telmira de Barros Mondego, do Plantão Judiciário do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ), cumprindo a determinação do ministro Jorge Mussi. 
As medidas cautelares que Andrade terá que cumprir são o comparecimento periódico em juízo no prazo estabelecido pelo juiz; proibição de contato com corréus; proibição de ausência da comarca; recolhimento domiciliar e noturno; além de monitoramento por utilização de tornozeleira eletrônica. De acordo com a defesa do contraventor, a soltura corrige um erro cometido pelo Justiça do Rio à época da prisão, em agosto. 
"A decisão do STJ que restabeleceu a liberdade de Rogério Andrade corrigiu um erro da Justiça do Rio de Janeiro, que havia decretado a prisão com provas extemporâneas ao processo e sem a devida fundamentação necessária de acordo com a Constituição Federal", explicou o advogado André Callegari. 
Rogério Andrade foi preso no dia 4 de agosto, por decisão da 1ª Vara Especializada em Organização Criminosa do TJRJ. O pedido de prisão do contraventor foi feito pelo Ministério Público do Rio (MPRJ), após uma ação do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) ter encontrado documentos que demostraram que o contraventor continuava atuando como líder de uma organização criminosa, mesmo quando estava foragido.
Na ocasião, o filho do contraventor, Gustavo Andrade, também foi preso. Em maio, o contraventor já havia sido alvo da operação Calígula, contra uma organização criminosa envolvida em jogos de azar, que seria liderada por ele. As investigações apontaram que Rogério gastava R$ 6 milhões por mês para manter as estruturas do jogo do bicho e a planilha identificou despesas em pontos da contravenção nos bairros da Abolição, Bangu, Barra da Tijuca, Estácio, Jacarepaguá e Marechal Hermes. Entretanto, o maior valor, de R$ 724 mil, era destinado para pontos explorados em áreas que não eram de seu controle.
Entre os 12 pesos na ação, estavam os delegados Marcos Cipriano e Adriana Belém, acusados de integrar a quadrilha. O grupo comandado por Andrade também tinha como membro, o ex-policial militar Ronnie Lessa, detido no Presídio Federal de Campo Grande pela execução da vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes.
Rogério de Andrade é sobrinho de Castor de Andrade, que dominava o jogo do bicho nas décadas de 1970 e 1980. Após a morte do contraventor, em 1997, ele passou a disputar o espólio com Fernando Iggnácio, genro do patrono, que foi assassinado há cerca de dois anos. Herdando a paixão pelo samba do tio, Rogério é presidente de honra da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel.
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