Rogério de Andrade é apontado como líder, ao lado do filho, de rede criminosa Arquivo/ O Dia
Justiça determina soltura do contraventor Rogério de Andrade
Bicheiro estava preso desde 4 de agosto e terá que cumprir medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica
Rio - O Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) determinou, nesta terça-feira (20), a expedição do alvará de soltura do contraventor Rogério de Andrade e Silva. A juíza Telmira de Barros Mondego, do Plantão Judiciário, cumpriu a decisão do ministro Jorge Mussi, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que no último dia 16, havia concedido a liminar para substituir a prisão preventiva por medidas cautelares.
As medidas que o bicheiro terá que cumprir são o comparecimento periódico em juízo; proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao fato; proibição de se ausentar da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a investigação ou instrução; recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga; monitoramento por tornozeleira eletrônica.
Rogério Andrade foi preso no dia 4 de agosto, por decisão da 1ª Vara Especializada em Organização Criminosa do TJRJ. O pedido de prisão do contraventor foi feito pelo Ministério Público do Rio (MPRJ), após uma ação do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) ter encontrado documentos que comprovaram que o contraventor continuava atuando como líder de uma organização criminosa, mesmo quando estava foragido.
À época, a decisão da Justiça citou que os documentos apontaramm uma "sistemática cadeia de corrupção mantida de forma persistente com instituição de segurança pública, e pior, após a deflagração desta ação penal, durante períodos inclusive que o réu permanecia foragido". Na ocasião o filho do contraventor, Gustavo Andrade, também foi preso. Ambos estão na Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira, Bangu 8, no Complexo de Gericinó.
Em maio, o bicheiro já havia sido alvo da operação Calígula, contra uma organização criminosa envolvida em jogos de azar, que seria liderada pelo contraventor. As investigações apontaram que Rogério gastava R$ 6 milhões por mês para manter as estruturas do jogo do bicho e a planilha identificou despesas em pontos da contravenção nos bairros da Abolição, Bangu, Barra da Tijuca, Estácio, Jacarepaguá e Marechal Hermes. Entretanto, o maior valor, de R$ 724 mil, era destinado para pontos explorados em áreas que não eram de seu controle.
Entre os 12 pesos na ação, estavam os delegados Marcos Cipriano e Adriana Belém, acusados de integrar a quadrilha. O grupo comandado por Andrade também tinha como membro o ex-policial militar Ronnie Lessa, detido no Presídio Federal de Campo Grande pela execução da vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes.
Rogério de Andrade é sobrinho de Castor de Andrade, que dominava o jogo do bicho nas décadas de 1970 e 1980. Após a morte do contraventor, em 1997, ele passou a disputar o espólio com Fernando Iggnácio, genro do patrono, que foi assassinado há quase dois anos. Herdando a paixão pelo samba do tio, Rogério é presidente de honra da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel.
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