Yasmin Pereira colocou as tranças para o Rock in Rio, mas a chuva junto com a pomada causou queimadura nos olhosArquivo Pessoal
Publicado 06/01/2023 22:17 | Atualizado 06/01/2023 22:19
Rio - O Conselho Regional de Química - Terceira Região (CRQ-III) divulgou nesta sexta-feira (6) uma cartilha informativa sobre cuidados que as pessoas tem que ter em relação a cosméticos. A divulgação acontece um dia depois do Instituto Municipal de Vigilância Sanitária, Vigilância de Zoonoses e Inspeção Agropecuária do Rio de Janeiro (Ivisa-Rio) orientar a suspensão da pomada modeladora capilar Cassu Braids que estaria causando problemas graves na visão das pessoas, como a cegueira temporária.
O documento orienta sobre a importância do rótulo. Segundo o conselho, todo produto deve ter suas especificações atrás deixando claro para o consumidor se tal cosmético é regularizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do que ele é composto, se atende as necessidades do comprador e se contém algum componente alérgico ao organismo da pessoa. 
O CRQ-III também traz algumas recomendações ao manipular os cosméticos, entre elas o respeito às instruções do fabricante e a consulta com o vendedor, distribuidor, fabricante ou importador sobre medidas preventivas recomendadas, especialmente se as embalagens não contarem com essas instruções. Também é recomendado a lavagem das mãos logo após do contato com o produto, o uso somente dentro da validade e o descarte de cosméticos que possuem uma mudança em sua cor, no cheiro e na consistência.
Aos consumidores, o conselho orienta que evitem o banho de piscina e mar logo após usar as pomadas modeladoras. Caso esteja com conjuntivite, o órgão também recomenda que as pessoas não usem o produto. 
Risco
O uso de pomadas não regulamentadas pela Anvisa já foi motivo de alerta na última semana de 2022. A equipe do Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio, atendeu 130 pessoas com algum tipo de problema na visão em um dia. Destes, 84 eram relacionados a pomada para tranças ou baby hair. 
Na época, a doutora Anna Beatriz Simões revelou que o uso de produtos não regulamentados pela Anvisa pode contribuir com danos irreversíveis caso atinjam os olhos das pessoas, como a perda da visão.
"De forma mais aguda, a pessoa já tem um embaçamento visual. Nós conseguimos fazer exames e identificamos a ceratite, que é a queimadura que tem na córnea por substâncias químicas. É uma dor intensa que impossibilita de fazer qualquer coisa. Se em um grão de areia nós já ficamos desesperados, a sensação é que tem um caminhão. Pode ocorrer uma queimadura a ponto de danificar todas as camadas da visão e levar a cegueira sim. O importante é frisar que as pomadas devem ser usadas com apoio da Anvisa", explicou a doutora.
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