Ação do Ivisa-Rio recolhe pomadas de cabelos em lojas da Zona OesteDivulgação/Ivisa-Rio
Publicado 12/01/2023 17:15
Rio - O Instituto Municipal de Vigilância Sanitária (Ivisa-Rio) realizou, nesta quinta-feira (12), duas ações para fiscalizar a venda de pomadas modeladoras e outros produtos para penteados e tranças nos calçadões de Bangu e de Campo Grande, na Zona Oeste. O objetivo é impedir a comercialização de produtos irregulares, após uma série de denúncias de consumidoras relatando lesões nos olhos em decorrência do uso desse tipo de cosmético. Ao todo, 101 potes com produtos irregulares foram recolhidos pelos agentes.


Foram fiscalizados 16 estabelecimentos, seis deles autuados pela venda de produtos sem registro. No calçadão de Bangu, os agentes identificaram cinco marcas irregulares comercializadas em quatro das oito lojas visitadas. No local, 31 potes das pomadas EWA, Twister, Master Hair e King Braids e do shampoo Trança Amiga foram retirados das prateleiras. Já no calçadão de Campo Grande, foram apreendidos 70 produtos irregulares das marcas EWA, Master Hair, Barba Negra e KG Cosméticos (pomada e gel capilar) em dois estabelecimentos dos oito fiscalizados.

Os lojistas têm prazo de 10 dias, que pode ser prorrogado mediante solicitação, para apresentar comprovante de descarte adequado ou documento que ateste a regularidade do produto. Caso os estabelecimentos descumpram a intimação, serão devidamente monitorados e estão sujeitos a novas sanções.
Se a venda irregular persistir, são previstas aplicações de multas com o dobro do valor e até cassação de licença de funcionamento. Os comerciantes autuados também devem apresentar em até sete dias a nota fiscal dos produtos apreendidos, para a devida identificação dos distribuidores.

Durante as ações, não foram encontrados frascos de outras três pomadas já identificadas como irregulares: a Ômega Fix, a Max Braids e a Cassu Braids Cassulinha Cabelos -- da Microfarma Indústria e Comércio Ltda --, que tiveram a comercialização suspensa pelo IVISA ou pela Anvisa.

"O IVISA-Rio orienta que os consumidores sempre adquiram produtos regularizados. Caso o consumidor tenha alguma dúvida para saber se um produto está regularizado, ele pode entrar no site da Anvisa e buscar por produtos regularizados ou regulares. A consulta é fácil e autoexplicativa", orienta a farmacêutica Rebecca Gabriel, subgerente do Núcleo de Fármaco e Tecnovigilância do IVISA.

A Vigilância Sanitária municipal orienta ainda que, diante da suspeita de qualquer irregularidade em qualquer produto adquirido, seja feita uma denúncia na Central 1746, canal da Prefeitura do Rio para atendimento ao cidadão com funcionamento por meio de site, telefone ou aplicativo. Já em casos de efeitos adversos em decorrência do uso desses produtos, a recomendação é procurar uma unidade de saúde, levando o frasco, para que sejam feitas as devidas notificações aos órgãos responsáveis pela investigação.
Uso de pomadas para tranças não regulamentadas preocupa especialista em saúde
De acordo com a oftalmologista Anna Beatriz Simões, em conversa com o DIAo uso de produtos não regulamentados pela Anvisa pode contribuir com danos irreversíveis caso atinjam os olhos das pessoas, como a perda da visão.
"De forma mais aguda, a pessoa já tem um embaçamento visual. Nós conseguimos fazer exames e identificamos a ceratite, que é a queimadura que tem na córnea por substâncias químicas. É uma dor intensa que impossibilita de fazer qualquer coisa. Se em um grão de areia nós já ficamos desesperados, a sensação é que tem um caminhão. Pode ocorrer uma queimadura a ponto de danificar todas as camadas da visão e levar a cegueira sim. O importante é frisar que as pomadas devem ser usadas com apoio da Anvisa", explicou a doutora.
Segundo a oftalmologista, os problemas na visão costumam acontecer quando as pessoas passam a mão no cabelo e coçam o olho. Também pode acontecer por meios naturais como o suor e a chuva que escorrem o produto. A expectativa é que os atendimentos voltem a aumentar pós-Réveillon.
 
 
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