Cris Silva esteve na delegacia nesta sexta Pedro Ivo/Agência O DIA
"Eu peço pra você que foi abusada vir prestar seu depoimento, isso é muito importante! Você não vai ser filmada se não quiser, não precisa mostrar seu rosto, só vem pra delegacia fazer essa denúncia", disse.
Ela agradeceu ainda à primeira vítima que fez a denúncia. O caso a que ela se refere aconteceu em 2020, quando o médico foi denunciado por importunação sexual por outra paciente. Essa investigação segue em andamento na Deam do Centro.
"Se não fosse ela, eu não estaria sendo ouvida e não teria essa repercussão. Porque mesmo eu colocando meu rosto na mídia, nenhuma quis colocar, pois estão com muito medo, e se não fosse eu, elas não teriam vindo, tem uma inclusive com a aparência igual a minha, em que conversamos em como teríamos forças contra um médico novo, branco, bonito e com dinheiro", contou.
Cris comentou ainda sobre o medo de ser descredibilizada. "Muitos pensam em porque ele estragaria a carreira dele com uma menina que aceitaria sair com ele, então a gente fica com medo das pessoas não acreditarem na gente. É difícil pensar que porque um médico ia estragar a carreira dele por meninas normais feito a gente, tanto eu, quanto ela temos namorados, tudo certinho, e por a gente não querer, ele fez isso", relatou.
A influenciadora informou também que tem medo da impunidade e conta que recebeu no seu Instagram mais de 15 denúncias contra o médico.
"Caso aconteça algo comigo vocês já sabem, talvez eu nem volte para os Estados Unidos dia 13, pra resolver tudo isso, já até falei com minha gerente. Ele já tem casos de abuso antes desse, tem gente falando que ele era o pior aluno da faculdade, que não sabe nem como ele se formou, e por isso talvez precise ser investigado, pode até ser um diploma falso, comprado, são muitos rolos na vida desse homem", finalizou.
O DIA ainda não conseguiu contato com a defesa do médico. O espaço segue aberto para um posicionamento.
Procurada, a Polícia Civil ainda não respondeu sobre a abertura de novos inquéritos devido às novas denúncias.
O caso
Segundo a influenciadora, moradora dos Estados Unidos, que está apenas de férias no Brasil, ela nunca tinha feito esse tipo de exame e por isso não sabia exatamente como eram os procedimentos
"Eu fiquei na dúvida se o que eu sentia era realmente o que estava acontecendo ou se era coisa da minha cabeça. Depois que eu percebi, eu tentei sair da maca, mas ele me segurou pelos braços, me impedindo de descer porque ele queria que eu descesse pelo lado que ele estava, para sentar no colo dele", afirmou.
O que diz a clínica
Em nota publicada nas redes sociais, a rede Clínica da Cidade comentou que lamenta e repudia qualquer episódio de violência contra a mulher e se solidariza com o ocorrido. "Reforçamos que esse é o único caso registrado em nossos 20 anos de atividade".
"Reforçamos que a rede aplica um processo de seleção de profissionais bastante rigoroso, seguindo toda a normativa para contratação de um profissional de saúde. Realizamos checagens prévias e periódicas, e em todos os âmbitos e os documentos do profissional em questão estavam em situação regular (Cremerj, CFM, Justiça) no momento da contratação, e ainda permanecem. Portanto, não era possível, para a Clínica da Cidade, saber de qualquer caso prévio como noticiado pela imprensa. Em todo o caso, desde momento do ocorrido, já foi revogado contrato de prestação de serviços e não faz mais parte do nosso corpo clínico. Por fim, reiteramos que a Clínica da Cidade tem um papel social importantíssimo no setor da saúde, com excelente reputação e que permanece à disposição para esclarecimentos e suporte", finalizou em nota.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.