O caso foi registrado na Decradi como intolerância religiosaRede Social
Professora denuncia intolerância religiosa em ônibus na Baixada
Vítima estava com vestes brancas e carregava no pescoço duas contas que marcam a sua origem territorial e ancestral quando foi hostilizada
Rio - A professora Katiuscia Lucas Severino, de 39 anos, denunciou um motorista de ônubus da linha Parque Olímpico-Queimados, da Viação Gardel, e uma passageira, ainda não identificada, por intolerância religiosa.
De acordo com a advogada da vítima, Flávia Monteiro, a professora trajava vestes brancas e carregava no pescoço duas contas que marcam a sua origem territorial e ancestral quando foi hostilizada pelo motorista e a passageira.
O caso aconteceu na sexta-feira passada (3), quando Katiuscia seguia para o trabalho, em Queimados, na Baixada Fluminense, onde dá aulas de Língua Portuguesa na rede pública municipal.
Segundo a denúncia, ao embarcar no ponto final da linha, o motorista decidiu fazer um momento de oração antes de sair com o veículo. O condutor teria ido para frente da roleta, pegou uma bíblia emprestada e começou a fazer uma leitura de salvação, falando sobre ir para o céu e inferno olhando em sua direção.
A professora, no entanto, informou que não queria participar daquele ato, mas que não desceria do ônibus por já ter pago a passagem, a não ser que ele devolvesse o dinheiro. Após cessar a oração, ela alegou ainda que foi hostilizada por outra passageira até descer do ônibus.
Um vídeo de Katiuscia reclamando foi parar nas redes sociais. Nos comentários, pessoas disseram que é costume do motorista orar antes de sair, enquanto outras postaram mais comentários de intolerância religiosa.
De acordo com a Polícia Civil, a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) investiga o caso. Diligências estão em andamento para esclarecer os fatos. Ainda segundo a advogada, o próximo passo é acompanhar inquérito policial e ajuizar um ação judicial.
Procurada, a Viação Gardel Turismo informou que reforça o repúdio a qualquer ato de intolerância ou preconceito e informa que o motorista já foi identificado e afastado de suas funções, pois o seu comportamento não condiz com os valores da empresa e o treinamento fornecido aos colaboradores que lidam com o público.
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