Max Ângelo dos Santos e Viviane Maria foram vítimas de Sandra Mathias Corrêa de SáMarcos Porto/Agência O Dia
Publicado 12/04/2023 09:23 | Atualizado 12/04/2023 09:44
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Rio - A ex-jogadora de vôlei e nutricionista Sandra Mathias Corrêa de Sá é esperada nesta quarta-feira (12) para prestar depoimento sobre as agressões físicas e ofensas racistas que fez contra entregadores, no último domingo (9), em São Conrado, na Zona Sul do Rio. A mulher é investigada pela 15ª DP (Gávea) por lesão corporal e injúria por preconceito. As vítimas já foram ouvidas. Vídeos mostram que, pelo menos, duas pessoas foram atacadas pela ex-atleta. 
Uma das vítimas é Max Ângelo dos Santos, que além de ter sido chamado de marginal e preto, também foi agredido com socos e com a guia de uma coleira de cachorro. Segundo o homem, o crime aconteceu depois que Sandra teria se revoltado com a presença de entregadores sentados na porta de uma loja, na Estrada da Gávea, próximo ao número 847. Ela passeava com o cachorro e, ao se deparar com o grupo, cuspiu no chão, na frente dele, e seguiu andando com animal. Ao voltar, a entregadora Viviane Maria de Souza questionou o motivo da raiva da ex-jogadora, que se alterou e passou a ofender e agredir os trabalhadores.
Em vídeos que circulam nas redes sociais, é possível ver a mulher puxando e agredindo o entregador, que é negro. Ela dá um soco em Max, o agarra pela roupa e, em seguida, ele se esquiva e se afasta. Sandra então, diz: "Tu (sic) não vai embora não, filha da p...". A imagem continua e mostra a suspeita tirar a guia de um cachorro. Ela pega o objeto e parte para cima da vítima, que fala: "Teu caô não é comigo não. Tu vai me agredir? Vai me agredir?". A nutricionista retruca: "Não é contigo, não?" e, logo na sequência, atinge o homem com a coleira.
Em outras imagens, é possível ver que a nutricionista também atacou Viviane. Em uma gravação, Sandra aparece discutindo com a entregadora e depois morde sua perna, enquanto a vítima se pendura em uma grade. Ela consegue escapar, mas é perseguida pela ex-jogadora. Em seu perfil nas redes sociais, a mulher se descreve como "apaixonada por cães e pela vida". Ela é também dona de uma escola de vôlei de praia no Leblon, Zona Sul.
Nesta terça-feira (11), a Secretaria Municipal de Esportes e Lazer (Smel) informou que suspendeu a renovação do alvará de funcionamento do estabelecimento. A licença da escolinha venceu em dezembro de 2022 e estava em processo de renovação. Entretanto, diante do episódio, a pasta destacou que não concederá até que todos os fatos sejam esclarecidos pela Justiça.
Em suas redes sociais, a secretária municipal de Meio Ambiente, Tainá de Paula, destacou que Sandra já tinha outras anotações criminais, uma delas por ligação irregular de energia, na Praia do Leblon, e prestou solidariedade aos entregadores atacados. "É inadmissível que essa mulher siga livremente cometendo esse tipo de crime. Que seja responsabilizada urgentemente. Racistas não passarão!", escreveu a titular da pasta, que ainda lamentou o episódio em outra publicação.
"O tanto que dói na alma ver e ouvir um dos meus verbalizar esse horror… horror diário que pessoas pretas, faveladas e periféricas passam nas mãos desse chorume escravocrata que ainda existe no Rio de Janeiro. Mas a gente promete que não vai deixar racista nenhum esquecer que o tempo da escravidão acabou. Minha total solidariedade a Max Ângelo e Viviane Maria. Não daremos um passo atrás". 

 
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