Miliciano Tandera, líder da organização criminosa, é um dos procuradosDivulgação
Publicado 03/05/2023 08:10 | Atualizado 03/05/2023 20:00
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Rio - A Polícia Civil em conjunto com o Ministério Público realizou, nesta quarta-feira (3), uma operação para cumprir 13 mandados de prisão preventiva e 25 de busca e apreensão contra integrantes da milícia de Danilo Dias Lima, o Tandera. A ação contou ainda com apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core).
Ao fim da ação, seis pessoas foram presas e foram cumpridos 25 mandados de busca e apreensão. Nove pessoas ainda estão foragidas. Foram presos na operação os denunciados Denys Cleberson da Silva Vieira, vulgo Sardinha, Jackson Oliveira do Nascimento, vulgo Jackson, Alex Sandro Vieira, vulgo Melecão, Victor Valladares Silva, vulgo Valladares ou Bradock, Diego Leite de Assis, vulgo Bebezão, e Rodrigo Marendaz Mendes, este último preso em flagrante por porte ilegal de arma de fogo e uso de documento falso.

Estão foragidos os milicianos Danilo Dias Lima, vulgo Tandera, Gilson Ingrácio de Souza Junior, vulgo Juninho Varão, Marcelo Morais dos Santos, vulgo Grande, Gigante, Chefão ou Eduardo, André Felipe Mendes, vulgo Rocha, Luiz Fernando Souza Alves, vulgo Fernandinho, Rodrigo Cardoso Ferreira, vulgo Digo, Anderson Ayrão de Siqueira, vulgo Leite Ninho, Arnaldo Belo santos, vulgo Naldinho, e Higor Augusto Maciel Amêndola, vulgo Faustão.

De acordo com as investigações, a organização criminosa é responsável por extorsões, homicídios, ameaças, grilagem de terras, agiotagem, exploração ilegal de areais, lavagem de dinheiro, entre outros crimes, principalmente na capital do Rio e nos municípios de Nova Iguaçu, Queimados e Seropédica, na Baixada Fluminense. A apuração também revelou a formação de uma “coalizão”, que seria uma espécie de acordo, entre candidatos a cargos eletivos para as eleições de 2020 e os líderes da milícia.

Ao longo das investigações foi possível constatar ainda que a quadrilha vem, por meio da prática de atos violentos e da imposição do terror, afirmando sua dominância sobre moradores e comerciantes das regiões onde atuam.

Os policiais localizaram também vídeos com cenas de tortura e execuções sumárias, praticadas de forma cruel. Os milicianos contam com uma estrutura hierárquica bem delineada, com divisão de funções e tarefas entre seus integrantes. Nos últimos anos, a associação criminosa passou a atuar de forma ainda mais complexa, buscando expandir seus negócios por meio da infiltração no poder público.
Os mandados de prisão foram expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada da Capital e a ação contou com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ). Participam da operação a 48ª DP (Seropédica), a Coordenadoria de Investigações de Agentes com Foro (CIAF), e o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público.
Quem é Tandera
Danilo Dias é o chefe da segunda maior milícia do Rio e domina as regiões de Seropédica e Itaguaí, na Região Metropolitana, e outros pontos da Baixada, como o bairro KM-32, em Nova Iguaçu.

De acordo com a Polícia Civil, ele tem o olho de Tandera, símbolo dos Thundercats (desenho animado), tatuado no peito. E de acordo com informações obtidas pela corporação, seus principais aliados fizeram o mesmo desenho na pele. O criminoso é conhecido por seu comportamento extremamente violento. Ele faz questão de estar à frente de invasões em áreas dominadas por quadrilhas rivais, anda sempre com um fuzil e na companhia de diversos seguranças.

Ele integrava a maior milícia do Rio, quando rompeu com Wellington da Silva Braga, o Ecko, que então chefiava o grupo paramilitar. Em 2021, após a morte de Ecko, seu irmão, Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho, herdou a quadrilha e manteve Tandera como inimigo.

Em agosto do ano passado, a polícia apreendeu 19 fuzis que pertenceriam à milícia de Tandera e apreendeu um carro-forte usado pelos milicianos para intimidar desafetos e para proteger criminosos durante confrontos com rivais.
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